José
Pereira de Araújo nasceu no ano de 1833. Era filho de José Pereira de Araújo e
Maria Francisca de Araújo. Félix Pereira de Araújo e Antônia Alves de Araújo, a
baronesa de Amaraji, eram seus irmãos. José Pereira de Araújo, seu pai,
juntamente com outros membros do clã dos Araújo, eram proprietários de onze
propriedades na freguesia de Nossa Senhora de Escada, entre eles, os engenhos
Garra e Bamburral.
Em 1865, ele foi residir no engenho Bamburral,
passando a administrar as propriedades herdadas de seu pai. Naquela época era
major da Guarda Nacional Imperial. Ele, juntamente com outros senhores de
engenho do 4º Distrito de Paz de Escada, área onde hoje estão localizadas as
cidades de Amaraji, Primavera e o distrito de Aripibu foram os responsáveis
pelo documento que solicitou do Conselho Municipal o alvará para funcionamento
de uma feira semanal em terras do engenho Garra, local onde já começava a
surgir um pequeno povoado. As primeiras construções da cidade foram erguidas no
trecho entre a praça que leva o seu nome e o prédio onde funcionava a estação
do trem, ou seja, na atual Rua 23 de Julho.
Nos primeiros tempos de existência o
povoado foi chamado de Cambão Torto, mas por sugestão do Major José Pereira o
lugarejo passou a chamar-se São José da Boa Esperança. Sendo ele uma pessoa
muito religiosa, tratou logo de liderar um movimento para construção de uma
pequena capela dedicada a São José. A capela era localizada no local onde hoje
existe o Fórum municipal. Além de ser o principal fundador do município de
Amaraji, era também um de seus maiores benfeitores.
Ele tinha um grande prestígio e
influência na região. O barão de Amaraji era seu cunhado, o barão de Contendas,
casado com uma de suas sobrinhas e seu irmão Félix Pereira de Araújo, casado
com Sincleta Lins de Araújo, membro do clã dos Lins de Escada que eram
proprietários de 32 engenhos na região.
Foi militante do partido liberal no
tempo do império e do partido autonomista no regime republicano.
Na campanha da Guerra do Paraguai, ele
organizou vários batalhões de voluntários para lutar junto ao exercito
brasileiro naquele país. Como forma de gratidão pelos serviços prestados ao
país, em 1875 ele foi condecorado pelo Imperador Pedro II com a “Imperial
Ordem da Rosa” no grau de comendador.
No dia 11 de novembro de 1890, quando
foi instalada a primeira Intendência do novo município de Amaraji, ele estava
presente juntamente com os outros líderes políticos da região, tais como,
Antônio dos Santos Pontual, o barão de Frexeiras que presidiu a solenidade, Dr.
Davino dos Santos Pontual, deputado constituinte, Manoel Barbosa de Farias e
Dr. Antônio Epaminondas de Barros Correia, o barão de Contendas, que foi
nomeado pelo governador como primeiro Intendente do novo município. O cargo de
intendente era equivalente ao de prefeito na época.
Na primeira eleição para prefeito
realizada no município em outubro de 1891, ele recebeu 232 votos para o cargo
de conselheiro municipal, sendo o mais votado dos candidatos. O prefeito eleito
foi o Capitão Francisco da Rocha Pontual e o subprefeito, o Major Manoel da
Rocha Ferraz de Azevedo.
Exerceu por muito tempo a presidência da
Sociedade Auxiliadora de Agricultura de Pernambuco, fazendo parte também por
muitos anos do Sindicato Agrícola do Estado de Pernambuco.
Após o movimento de 1911, foi eleito senador
do congresso do Estado, tendo ocupado a presidência do Senado no período de
1915 a 1919, cargo que desempenhou com grande espírito de moderação. Já com a
idade avançada, afastou-se definitivamente das atividades políticas.
José Pereira de Araújo foi casado em
primeiras núpcias com Joana Barbosa de Araújo. Dessa união eles tiveram quatro
filhos: Maria Ernestina Monteiro, viúva do Dr. Paulo Monteiro; José Pereira de
Araújo Filho, agricultor na cidade de Escada, casado com Maria Carolina;
Hercília de Araújo Bezerra Cavalcanti, casada com José Rufino Bezerra
Cavalcanti, governador do Estado de Pernambuco; Júlia Pereira de Araújo, casada
com Dr. Júlio Pereira de Araújo, filho do barão e da baronesa de Amaraji e Dr.
Paulo Pereira de Araújo, casado com Maria Araújo. Casou-se pela segunda vez com
Maria Antônia de Miranda Araújo, com quem teve os seguintes filhos: Irene
Araújo de Barros Correia, casada com Dr. Melânio de Barros Correia, escrivão do
Tribunal de Justiça do Estado; Major Rubens Pereira de Araújo, industriário no
Cabo de Santo Agostinho, casado com Regina Pimentel de Araújo; e Dr. Agenor de
Miranda Araújo, na época prefeito de Amaraji e deputado estadual, casado com
Maria José Rangel de Araújo. Ele deixou 11 netos e 20 bisnetos.
Ele era uma pessoa muito estimada na
sociedade pernambucana. Tinha grande prestígio também os plantadores de cana
sendo considerado um grande líder da classe. Era uma pessoa muito generosa,
afeita a pratica do bem. Suas virtudes particulares faziam dele um chefe de
família exemplar e sua honradez inatacável se impunha sobre todos. Na vida
pública exercitou a prática da mais austera moral social e política.
O comendador morreu aos 87 anos de
idade, no dia 20 de julho de 1920 às 3:00 h, em sua residência à Rua da Imeratriz, nº 14, 1º andar, em Recife. Ele foi sepultado no cemitério de Santo
Amaro em Recife no jazigo da irmandade do Santíssimo Sacramento da Boa Vista da
qual era irmão benfeitor. O Governador do Estado, membros do senado, da câmara
de deputados, do judiciário e de todos os setores da sociedade pernambucana
participaram do ato.
Em Amaraji houve uma missa de sétimo dia
muito concorrida. Autoridades do município e da capital se fizeram presentes.
Foi realizada também uma sessão cívica em homenagem ao fundador e benfeitor do
município.
Na época, o tabelião e correspondente
dos jornais da capital em Amaraji, Major Eduardo de Carvalho, encabeçou um
movimento para que fosse erigida uma estátua do comendador numa das praças da
cidade. A estátua seria esculpida pelo artista Bibiano Silva, entretanto, o
projeto não chegou a ser concretizado. Tempos depois, a praça onde se localiza
o coreto que em Amaraji é chamado de “pavilhão” recebeu o seu nome.
Quem sabe algum filho da terra
resolve amadurecer a idéia do Major Eduardo de Carvalho e reiniciar um
movimento para que a estátua seja feita e colocada na praça que leva o seu
nome. O comendador merece e a memória da cidade agradece.
Parabéns pela matéria !!
ResponderExcluirFico feliz de saber da história de meus antepassados , sou ISOLINA RUBENS PEREIRA DE ARAUJO FILHA DE RUBENS PEREIRA DE ARAUJO FILHO .
ResponderExcluirGostaria de saber se esta familia tem ligação com os Pereiras de Araujo no Norte de Mianas.
ResponderExcluirMinha avó , Maria das Dores de Araujo, nata em Montes Claros, filha de, Luiz Pereira de Araujo e Gregória Gomes Santiago.
Luiz, o que temos de informações é que o mesmo nasceu em, Francisco Sá. Filho de, José Pereira de Araujo e Mariquinha de Jesus "Maria do Carmo Pereira.
Amei está matéria.
ResponderExcluirGostaria de saber sobre estes José Pereira Filho. Ele teve filhos? Onde morava? Casou-se com quem?
ResponderExcluirBoa noite! Alguém poderia me dizer se esse José Pereira de Araújo também tinha uma terceira esposa chamada: Maria José de Araújo?
ResponderExcluirOu José Pereira de Araújo dePE?
ResponderExcluirAlguém já fez a árvore genealógica da família Pereira de Araújo.
ResponderExcluirAmaraji pela linda história que tem,era pra ser umas das cidades mais desenvolvidas de Pernambuco,mais parou no tempo.
ResponderExcluirCuriosidade é que ele é Avô de João Araújo (Fundador da Som Livre) e Bisavô de Cazuza (Agenor de Miranda Araújo Neto)
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