segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ginásio São José da Boa Esperança - Bodas de Ouro da Primeira Turma


O colégio era dirigido pelo professor Israel Agostinho Santiago e tinha como secretária, a professora Amara Ramos. O corpo docente do ginásio era composto pelos seguintes professores: Arbuíno Rodrigues Silva, Djalva Teixeira de Albuquerque, José Gaudêncio Lopes, José Peixoto Júnior, Joana Pereira Tabosa Teófilo, Mara Vasconcelos Santiago, Maria da Conceição Rodrigues dos Santos, Maria da Salete Coelho da Silveira, Maria de Lourdes Barbosa, Maria Zélia Tavares de Oliveira e Padre José Leão Lanfermann.
Cuidavam da disciplina os bedéis: Maria do Carmo Silva e Moisés da Silva.
Da primeira turma de concluintes, fizeram parte os seguintes alunos: Agenilda de Brito, Albérico Batista dos Anjos, Aluízio Feitosa Cavalcanti, Auzírio Rodrigues dos Santos, Ayrton José da Silva, Denise Maria Sotero Fontes, Elisabete de Oliveira Vasco, Erasmo Barbosa de Oliveira, Ivone Oliveira, José Carlos Cavalcante de Brito, José Eduardo de Barros, José Ferreira Martins, José Gomes da Silva, Maria do Carmo Pereira de Lima, Maria Quitéria Ramos Lins e Maria Risoleta de Brito Barbosa.
O colégio São José que, na época, não tinha ainda um prédio próprio funcionava nas dependências Grupo Escolar Dom Luiz de Brito.
 
 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Roubo da Imagem de São José da Boa Esperança

Na noite do dia 30 de outubro de 1974, dois ladrões arrombaram a igreja matriz de Amaraji e levaram a imagem de São José, o padroeiro e as de Santo Antônio, São Tarcísio, São Pedro e do Anjo Gabriel. O roubo foi descoberto pelo sacristão, José Tenório quando ele abriu o templo pela manhã. O susto foi tamanho que ele precisou se sentar para se recuperar do espanto e  conseguir correr para denunciar o crime. A imagem de São José, esculpida em madeira, medindo um metro e vinte, de um valor incalculável.
O padre Antônio Melo Costa, pároco da cidade, mandou repicar os sinos em sinal de protesto e em 20 minutos toda a população da cidade procurava sabem o que havia ocorrido. A polícia foi informada e iniciou diligências para prender os ladrões.
O jovem vigia da praça contou que viu quando dois rapazes pararam um fusca próximo à igreja e trocaram o pneu do carro. “Eu me aproximei e os ajudei na tarefa. Porém não sabia que se tratava de ladrões. Se soubesse, garanto que os esfolaria vivo”, afirmou.
Amaraji, uma cidade pacata, nunca tinha tido problemas dessa natureza. O povo ficou consternado e começou a fazer orações, promessas e novenas para que as imagens fossem devolvidas. A igreja ficou praticamente com os bancos.
No dia 10 de novembro, membros da quadrilha foram presos em Caruaru. As imagens de São José e Santo Antônio foram encontradas num quarto do Hotel Palace onde os ladrões estavam hospedados as outras três estavam na mala de um carro que passou vários dias estacionado na Rua Martins Júnior, próximo aos Correios e Telégrafos daquela cidade. Dias depois, quando foram identificadas como sendo as imagens roubadas da matriz de Amaraji, elas foram devolvidas ao Padre Melo Costa e a dona Nadir Judite da Silveira, que assinaram um termo de responsabilidade. Eles levaram as imagens para um técnico em restauração no Cabo de Santo Agostinho, para recuperar os danos causados pelos ladrões.
Muito satisfeito, o padre disse, na Delegacia de Roubos e Furtos, que alguns fiéis lamentaram a “sorte” das imagens, “que além de roubadas foram presas” referindo-se ao tempo que a polícia ficou com as estátuas depois de toma-las dos ladrões em Caruaru.
Finalmente no dia 00 de dezembro de 1974, as imagens foram trazidas para Amaraji. Uma grande carreata foi organizada e para esperar os santos na BR-231 no engenho Conceição, de onde foram trazidos para a matriz e colocados em seus devidos altares para a alegria de todos os fiéis. Uma grande festa foi organizada pelo padre Melo e a população inteira compareceu para agradecer a Deus pelo retorno das imagens.
 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Intendência Municipal e Prefeitura Municipal

A instituição da prefeitura de seu encarregado maior, o "prefeito", é algo relativamente novo na história do Brasil. O poder hoje exercido pela prefeitura foi anteriormente exercido pela câmara municipal, pelo conselho de intendência e pela intendência municipal.
Durante todo o período do Brasil Colônia, a instituição administrativa máxima no nível municipal era a câmara municipal, que exercia um número muito maior de funções do que atualmente. Era a responsável pela coleta de impostos; regulação do exercício de profissões e ofícios; regulação do comércio; preservação do patrimônio público, criação e gerência de prisões; ou seja, uma ampla gama nos três campos da administração pública: executivo, legislativo e judiciário, a exemplo do modelo português (ainda hoje em vigor em Portugal).
Com a Independência do Brasil, a autonomia de que gozavam as câmaras municipais foi drasticamente diminuída. O império centralizou a administração pública através da Constituição de 1824. A duração da legislatura foi fixada em quatro anos e o vereador mais votado assumia a Presidência da Câmara. Em tal cargo, o presidente da Câmara continuou a ser, no entanto, responsável por funções comparáveis às do atual prefeito, além de seus encargos como vereador e como presidente da Câmara dos Vereadores.
Como resultado do Proclamação da República Brasileira em 1889, as câmaras municipais são dissolvidas e seus poderes, alterados. Os presidentes dos estados são habilitados a nomear os membros do Conselho de Intendência. Tais conselhos de intendência são responsáveis, com exclusividade, pelo poder executivo municipal, separando este poder do legislativo, que continua a cargo das câmaras municipais, uma vez que estas são recompostas.
Continua a existir, na maioria das vezes, no entanto, uma coincidência entre o cargo de intendente e o de presidente da Câmara, conquanto ele agora seja um líder comum para dois poderes distintos, o executivo e o legislativo, tendo sob seu poder, portanto, duas máquinas independentes uma da outra. Designado pelo presidente de cada estado da federação, o intendente, sendo muitas vezes presidente do corpo legislativo municipal, continuava a ser eleito, primeiro, por seus pares, vereadores.
Em 1905, cria-se a figura do "intendente geral" e é instituída a "intendência municipal". Não mais há a coincidência entre os dois cargos, o de intendente e o de presidente da Câmara. No entanto, ao mesmo tempo em que os membros da câmara municipal – e, portanto, indiretamente o presidente da Câmara - são eleitos pelo povo, o intendente geral continua a ser apontado pelo presidente de cada estado.
Tal sistema permanece até 1930, quando, com a Revolução de 1930 e o início da Era Vargas, cria-se a figura do prefeito e institui-se a "prefeitura", à qual, como acontecia anteriormente com a intendência municipal, continuam a ser atribuídas as funções executivas do município. O prefeito, a partir da Constituição de 1934, passa a ser escolhido pelo povo, mas, durante os vários períodos ditatoriais da história do Brasil, por vezes o cargo voltou a ser preenchido por apontamento dos governos federal ou estadual.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Criação do Município de Amaraji


Realizou-se no dia onze do corrente a posse da primeira intendência do novo município de Amaraji. A solenidade foi presidida pelo Sr. Antônio dos Santos Pontual, o venerando Barão de Frexeiras. O ato foi concorridíssimo, achando-se presentes as pessoas mais destacadas do distrito.
 
O prédio da municipalidade achava-se todo decorado, uma banda marcial postada a sua frente, as ruas da vila enfeitadas com arcos de flores e bandeirinhas.
Terminada a sessão da Intendência, usaram da palavra o Dr. Fernando de Castro, o Dr. Davino dos Santos Pontual em nome dos munícipes, um acadêmico de direito da capital, o cidadão Guilherme Ramos falou em nome dos habitantes de Primavera, Pedro Alexandrino e o novo intendente do município, Sr. Antônio Epaminondas de Barros Correia, o Barão de Contendas.
Ao proceder-se a nomeação dos novos servidores do município, o cidadão Manoel Brayner ofereceu-se para assumir sem ônus para a municipalidade, o cargo de secretario, o que foi aceito pela intendência, sendo o mesmo nomeado.
Por falta de recursos financeiros na vila não existia ainda um prédio que servisse de cadeia. Numa das casas da localidade existia um “tronco” onde eram colocados os detentos e esta situação deixava os moradores da vila bastante constrangidos.
Na ocasião dois senhores que preferiram ficar no anonimato, cederam uma casa para que servisse da cadeia até que uma nova fossa construída. O Major Francisco da Rocha Pontual comunicou o ocorrido à intendência e à população presente, os quais foram tranquilizados ao saber que, a partir daí, haveria uma casa com a segurança necessária para onde seriam recolhidos os detentos.
As principais lideranças do distrito dirigiram-se à casa onde estava o “tronco”, conduziram sobre os ombros o aviltante instrumento que lembrava a escravidão e atearam fogo no mesmo até que ele foi reduzido a cinzas sob a unânime satisfação e alegria de todos.
Foi aberta então uma subscrição para construção de um prédio que servisse de cadeia pelos munícipes presentes e foi arrecadada a quantia de um conto de réis. Foram nomeados pela intendência o Comendador José Pereira de Araújo, os senhores Manoel Barbosa de Farias e João Pinheiro Salgado Lins para agenciarem mais donativos para a obra.
O comércio da vila de Amaraji ofereceu aos membros da intendência um coquetel e à noite organizaram uma passeata pelas ruas, acompanhada da filarmônica amarajiense, estando as casas da vila todas iluminadas. A festa terminou com um baile oferecido também pelo comércio local.
O quarto distrito da paz da Escada, que abrange uma área em seu maior comprimento de 20 quilômetros, recentemente elevado a termo pelo benemérito Barão de Lucena, tem duas povoações, a vila de Amaraji localizada a 8 km da estação de Frexeiras e está edificada sob uma colina banhada pelo rio Amaraji. Tem cerca de 500 casas com dois mil e quinhentos habitantes e vão funcionar em prédios próprios a intendência municipal e a escola pública.
O povoado de Primavera que distante da estação de Frexeiras 3 km é banhado pelo rio Ipojuca limitando com a cachoeira do Urubu, tem cerca de trezentas casas com mil e quinhentos habitantes.
A Vila de São José da Boa Esperança, que recebeu o nome de Amaraji, foi fundada pelo Comendador José Pereira de Araújo e a vila de Primavera, pelo Capitão Antônio de Lima Ribeiro.
Há bem poucos anos no local onde estão edificadas estas duas povoações existiam áreas de matas e capoeirões sem uma única habitação. Devido a iniciativa e os esforços destes dois patrióticos e benemeritos cidadãos o estado de Pernambuco passa a ter mais estes dois centros de população com bastante desenvolvimento comercial, industrial e agrícola.
 
Extraído do jornal A Província de 16 de outubro de 1890.
 
CREAÇÃO DO TERMO

4ª Secção – Palacio do Governo do Estado de Pernambuco em 24 de Setembro de 1890.
O desembargador Barão de Lucena, Governador do Estado:
Attendendo a que a lei provincial nº 2.137, de 9 de Novembro de 1989, não deu denominação alguma do termo e villa a que foram elevados o povoado e freguesia de São José da Boa Esperança;
Attendendo ainda a conveniencia de dividir em dous o actual districto da paz do referido termo;
Usando das atribuições que lhe confere o Decreto do Governo Provisorio, nº 7, de 20 de novembro de 1889, resolve publicar o seguinte:


DECRETO: 

Artigo 1º A villa e termo a que foram elevados o povoado e freguesia de S. José da Bôa Esperança terão a denominação de Amaragy.
Artigo 2º O actual disricto de paz do termo de Amaragy fica dividido em dous, assim separados:
A linha divisória partirá do engenho Caheté no limite da comarca de Gamelleira e seguirá pelos engenhos Tolerancia, Maravilha, Ajudante, Beija Flor, Jaguarana e Batateira até encontrar os limites da comarca da Victoria, ficando os engenhos mencionados pertencendo ao 2º distrito de paz:
O 1º districto teá a denominação de S. José, e o 2º de Primavera.
Artigo 3º Ficam revogadas as disposições em contrario.
O Secretario de Governo faça publicar o presente Decreto, expedindo as ordens e communicações necessárias - Barão de Lucena

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Amaraji no Início do Século Passado


Extraído do Diccionario Chorographico, Histórico e Geographico de Pernambuco de Sebastião de Vasconcelos Galvão, publicado pela Imprensa Nacional no Rio de Janeiro entre 1908 e 1928. (Transcrição literal)
Amaragy – Villa – Séde do mun. do mesmo nome e da freg. De S. José da Boa-Esperança.
Historia – Teve principio sua fundação em 1868, dando origem a mesma, principalmente, á creação de uma pequena feira alli, para commodidade dos lavradores dos engenhos próximos, de alguns senhores de engenhos, e mesmo de outras pessoas das cricumvisinhaças. Nisto, augmentando o movimento da feira, surgiram alli alguns estabelecimentos commerciaes e após elles, pouco a pouco outras habitações. Formou-se o depressa um núcleo, fez-se a povoação, e continuou a desenvolver-se sempre com prosperidade. E, chamada ao principio Cambão Torto, com a edificação de uma capella, votada a S. José da Boa-Esperança, os próprios habitantes do logar accordaram em denomina-lo S. José da Boa-Esperança. A Lei Provincial n. 1831, de 28 de junho de 1884, desmembrado terrenos da freguezia da Escada, creou nelles uma parochia, com a denominação de capella, dando-lhe como sede essa povoação; mas eclesianticamente não teve logo sancção tal creação e continuou, como dantes, a ser considerada freguezia de N.S. da Apresentação da Escada, com a direcção do vigário desta. Em 1889, a Lei Provincial n. 2137, de 9 de novembro, deu-lhe a categoria de villa, ainda com a denominação adoptada, sendo aquella lei executada por força do Decreto do Gov. do Estado de 24 de setembro de 1890, o qual mudou o nome para Amaragy, designação proveniente de ser a povoação á margem do rio do mesmo nome. Posteriormente, o Decreto de 22 de novembro do mesmo anno considerou os povoados de Cortez e Pedra Branca pertencentes ao mun. de Amaragy, os quais eram, o 1º do mun. do Bonito e ultimo, do mun. da Victoria. Em 11 de outubro de 1890 realisou-se a inauguração do mun., que era termo reunido ao da Escada. Em 30 de setembro de 1892 foi feita a eleição que escolheu seus primeiros representantes, os quais foram: Prefeito – Francisco da Rocha Pontual, Sub-Prefeito – José Barbosa da Silva Nunes. Concelho Municipal, membros – Etelmino de Almeida Bastos, Dr. Davino Pontual, Commendador José Pereira D´Araujo e Manoel Brayner. De accôrdo com a Lei n. 52 de 3 de agosto de 1892, constituiu-se município autonomo, em 1 de janeiro de 1893. Teve provimento canônico, por acto do diocesano D. Luiz Raymundo da Silva Britto, ficando desligada da freguezia da Escada, em maio de 1904.
Posição astronômica – Esta a 8º e 26’ de Lat. S e a 7º e 47’ de Long. or. do Rio de Janeiro.
Dimensões do território – Sua extensão territorial é de 48 klms. quadrados.
Aspecto – O terreno é geralmente accidentado, cheio de mattas densas, de regatos e riachos perennes, correm para o rio Ipojuca, para o Amaragy e para o Serinhãem.
Clima e salubridade – A clima é ameno e sadio, e a temperatura agradavel, principalmente nos mezes de agosto a dezembro. No inverno, porem, ás vezes, apparecem casos de febre intermittentes, sendo, ordinariamente, os acommetidos, aquelles que se banham com imprudência e sem o menor cuidado, nos rios do mun., cujas aguas são muito frias, em geral.
Limites – Confina: ao norte, com os muns. da Victoria e Gravatá; ao nascente com o da Escada; ao sul com o de Gamelleira e ao poente com o do Bonito. A linha divisoria que assignala os limites com os muns. acima, é a seguinte: com o do Bonito, no povoado Cortez, á marg. Esq. do rio Serinhãem, subindo por elle á barra do riacho Sangue e dahi, em linha recta, á serra dos Côcos, á casa de José Mumbuca; do mun. de Gravatá dirige-se a Pedra Redonda, na estrada de Amora, acima da casa de Joaquim Alves e desse ponto, na mesma direcção, até a beira do rio Amaragy, no marco das terras de Frexeiras; desse logar segue em linha recta ao engenho Bom-Conselho á marg. dir. do rio Ipojuca (mun. da Victoria) e por elle desce até a usina Cabeça de Negro (linha divisoria com o mun. da Escada), donde sempre respeitando os terrenos de Frexeiras, vai até a mar. dir. da linha férrea do S. Francisco, subindo a chegar em Aripibu (cujos terrenos fazem a divisão com o mun. de Gamelleira), servindo sempre de limites com o mesmo mun. os engenhos Repouso, Caheté, Bamburral, Raiz de Fora, Raiz de Dentro, Raiz Nova, Refrigerio e a propriedade Laranjeiras a encontrar o engenho Cortez, donde começou a divisão.
Divisões – O mun. divide-se em três districtos: 1º Amaragy; 2º Primavera; e o 3º Cortez.
População – A população total do município é calculada em 15.000 habitantes.
Topographia – A villa de Amaragy está situada á margem do rio que lhe empresta o nome, ao sul da cidade de Escada e a sudoeste da capital. Tem uma boa edificação, é logar prospero e commercial, possue uma excellente feira e tudo nelle, centro de muitos engenhos, induz a crer que, embora a via-férrea S. Francisco lhe passe a 15 klms. distante, será em breve um dos grandes nucleos de população do Estado. Há na localidade somente a egreja de S. José da Boa-Esperança, que é a matriz, desde maio de 1904; existe um cemiterio publico, a cadeia, edifício particular em mas condições; tem uma agencia do correio, um gabinete de leitura, sociedades recreativas, e, em seus muros que podem comprehender uma 300 casas, uma população provável de 2000 habitantes.
Povoados – Existem quatro alem da villa: Primavera, ao norte, a marg. do rio Ipojuca, com uma capella de Santo Antonio, distando 18 klms. da villa e co  estrada de ferro. Aripibú, á leste, a 15 klms., e á marg. da linha férrea do S. Francisco. Cortêz, em terreno elevado, ao sul, 24 klms. distante e á marg. do rio Serinhãem e de via-ferrea de Ribeirão ao Bonito.
Capellas – No território de Amaragy ha as seguintes capellas: Santo Antonio, no pov. de Primavera; N. S. do Rosario, na usina Cabeça de Negro; de S. Sebastião, no eng. Visgueiro; e de Santo Antonio, no eng. Amaragy.
Pontes – A de Primavera, sobre o rio Ipojuca, construida de madeira e com pilares de pedra, á custa e por iniciativa do Capitão Antônio de Lima Ribeiro; a de Bamburral, sobre o rio Amaragy, a de Cabeça de Negro, a de Frexeiras e a da via-ferrea que liga o povoado Primavera á estação de Frexeiras, na linha do S. Francisco.
Orographia – As principais serras são: a dos Amaragys, do Guloso, do Prata, da Amora, dos Côcos, da Batateira, do Cumbe e da Pixanana.
Hydrographia – É atravessado, o município pelo rio Amaragy, cujas vertentes são na parte septentrional do mesmo municipio, no logar Macacos, tendo como afluentes, pela margem direita, os riachos: Entre-Montes, Floresta, Riachão do Norte, Papagaio, Guarany, Riachão, Raiz e Caxias; e pela margem esquerda: Cumbe, Amorinha, Pedras, Palmares, Garra, Tapuya, Beija-Flor, Ajudante e Riqueza; e pelo rio Ipojuca, que entra pelo norte, com a direccção sul, e depois segue desse rumo, buscando o nordeste e correndo para o municipio da Escada, tendo banhado antes os povoados – Pedra Branca e Primavera. Ainda lhes regam o solo os riachos Mundo Novo, Caracituba, Batateira, Tapuyo, João Fernandes, Maria Clara, Aripibú, Uruçú-Mirim, Riachão, Rede e Cabeça de Negro.
Producções – A principal e abundante e a canna de assucar; depois os cereaes, tendo o terreno a uberdade capaz de produzir tudo o mais quanto ha nas outras zonas do Estado.
Commercio e agricultura – O commercio é bastante animado e desenvolvido, contando o municipio grande numero de casas commerciaes, das quaes se destacam algumas importantes. A agricultura é a principal fonte de riqueza local, e conta as usinas Bosque, Bamburral, Cabeça de Negro e Aripibu e os engenhos – Amaragy, Animoso, Amora, Amorinha, Aurora, Ajudante, Bom-Descanso, Conselho, Beija-Flor, Batateira, Bondade, Caracituba, Contendas, Caheté, Capivara, Cortez, Diogo, Entre-Montes, Extremoso, Floresta, Gyra-Sol, Guloso, Guarani, Garra, Jaguarana, Maravilha, Mariquita, Monte-Pio, Nabuco, Ninho das Águias, Não Pensei, Opinioso, Pilões, Pedra Fina, Preferencia, Palmares, Republicano, Roseira, Rhinoceronte, Riqueza, Repouso, Raiz de Fóra, Raiz Nova, Raiz de Dentro, Riacho das Pedras, Riachão do Norte, Risco, Riachão, Refrigerio, Refrigerante, Santa Cruz, Sangue, Saudade, Sete Ranchos, Timorante, Tolerante, Teimoso, Traquilidade, Tapuya, Villa Accioly e Visgueiro.
Reinos da Natureza – Si existem mineraes no municipio, até aqui se tem ignorado. O reino vegetal é riquissimo e de pomposa vegetação alli, onde se encontra densas mattas, cheias de corpulentas e robustas árvores, e de pequenos e débeis arbustos, úteis umas e outros ao commercio, á medicina e ás artes. No reino animal são abundantes de caças as suas florestas.
Viação – Comunica-se com a capital pele estrada de ferro do S. Francisco, cuja estação mais próxima é a de Aripibú, e com esta pela Via-ferrea da Usina Santa Philonila. Está a 112 klms. do Recife, a 60 do litoral, 35 da cidade da Escada a 33 da cidade de Gamelleira.
Adiantamento moral – O município contém seis escolas publicas e três particulares para o ensino primário e uma destinada ao ensino secundário.
Curiosidades – A pedra da Pixanana, as cachoeiras do Urubu e da Mariquita, e ainda a colossal pedra denominada do Guloso, em terras do engenho do mesmo nome, que realmente é uma admirável curiosidade.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Comendador José Pereira de Araújo

José Pereira de Araújo nasceu no ano de 1833. Era filho de José Pereira de Araújo e Maria Francisca de Araújo. Félix Pereira de Araújo e Antônia Alves de Araújo, a baronesa de Amaraji, eram seus irmãos. José Pereira de Araújo, seu pai, juntamente com outros membros do clã dos Araújo, eram proprietários de onze propriedades na freguesia de Nossa Senhora de Escada, entre eles, os engenhos Garra e Bamburral.
        Em 1865, ele foi residir no engenho Bamburral, passando a administrar as propriedades herdadas de seu pai. Naquela época era major da Guarda Nacional Imperial. Ele, juntamente com outros senhores de engenho do 4º Distrito de Paz de Escada, área onde hoje estão localizadas as cidades de Amaraji, Primavera e o distrito de Aripibu foram os responsáveis pelo documento que solicitou do Conselho Municipal o alvará para funcionamento de uma feira semanal em terras do engenho Garra, local onde já começava a surgir um pequeno povoado. As primeiras construções da cidade foram erguidas no trecho entre a praça que leva o seu nome e o prédio onde funcionava a estação do trem, ou seja, na atual Rua 23 de Julho.
        Nos primeiros tempos de existência o povoado foi chamado de Cambão Torto, mas por sugestão do Major José Pereira o lugarejo passou a chamar-se São José da Boa Esperança. Sendo ele uma pessoa muito religiosa, tratou logo de liderar um movimento para construção de uma pequena capela dedicada a São José. A capela era localizada no local onde hoje existe o Fórum municipal. Além de ser o principal fundador do município de Amaraji, era também um de seus maiores benfeitores.
        Ele tinha um grande prestígio e influência na região. O barão de Amaraji era seu cunhado, o barão de Contendas, casado com uma de suas sobrinhas e seu irmão Félix Pereira de Araújo, casado com Sincleta Lins de Araújo, membro do clã dos Lins de Escada que eram proprietários de 32 engenhos na região.
        Foi militante do partido liberal no tempo do império e do partido autonomista no regime republicano.
        Na campanha da Guerra do Paraguai, ele organizou vários batalhões de voluntários para lutar junto ao exercito brasileiro naquele país. Como forma de gratidão pelos serviços prestados ao país, em 1875 ele foi condecorado pelo Imperador Pedro II com a “Imperial Ordem da Rosa” no grau de comendador.
        Em 1988 reformou o engenho Bamburral e fundou usina, instalando, então, um maquinário moderno.
        No dia 11 de novembro de 1890, quando foi instalada a primeira Intendência do novo município de Amaraji, ele estava presente juntamente com os outros líderes políticos da região, tais como, Antônio dos Santos Pontual, o barão de Frexeiras que presidiu a solenidade, Dr. Davino dos Santos Pontual, deputado constituinte, Manoel Barbosa de Farias e Dr. Antônio Epaminondas de Barros Correia, o barão de Contendas, que foi nomeado pelo governador como primeiro Intendente do novo município. O cargo de intendente era equivalente ao de prefeito na época.
        Na primeira eleição para prefeito realizada no município em outubro de 1891, ele recebeu 232 votos para o cargo de conselheiro municipal, sendo o mais votado dos candidatos. O prefeito eleito foi o Capitão Francisco da Rocha Pontual e o subprefeito, o Major Manoel da Rocha Ferraz de Azevedo.
        Exerceu por muito tempo a presidência da Sociedade Auxiliadora de Agricultura de Pernambuco, fazendo parte também por muitos anos do Sindicato Agrícola do Estado de Pernambuco.
        Após o movimento de 1911, foi eleito senador do congresso do Estado, tendo ocupado a presidência do Senado no período de 1915 a 1919, cargo que desempenhou com grande espírito de moderação. Já com a idade avançada, afastou-se definitivamente das atividades políticas.
        José Pereira de Araújo foi casado em primeiras núpcias com Joana Barbosa de Araújo. Dessa união eles tiveram quatro filhos: Maria Ernestina Monteiro, viúva do Dr. Paulo Monteiro; José Pereira de Araújo Filho, agricultor na cidade de Escada, casado com Maria Carolina; Hercília de Araújo Bezerra Cavalcanti, casada com José Rufino Bezerra Cavalcanti, governador do Estado de Pernambuco; Júlia Pereira de Araújo, casada com Dr. Júlio Pereira de Araújo, filho do barão e da baronesa de Amaraji e Dr. Paulo Pereira de Araújo, casado com Maria Araújo. Casou-se pela segunda vez com Maria Antônia de Miranda Araújo, com quem teve os seguintes filhos: Irene Araújo de Barros Correia, casada com Dr. Melânio de Barros Correia, escrivão do Tribunal de Justiça do Estado; Major Rubens Pereira de Araújo, industriário no Cabo de Santo Agostinho, casado com Regina Pimentel de Araújo; e Dr. Agenor de Miranda Araújo, na época prefeito de Amaraji e deputado estadual, casado com Maria José Rangel de Araújo. Ele deixou 11 netos e 20 bisnetos.
        Ele era uma pessoa muito estimada na sociedade pernambucana. Tinha grande prestígio também os plantadores de cana sendo considerado um grande líder da classe. Era uma pessoa muito generosa, afeita a pratica do bem. Suas virtudes particulares faziam dele um chefe de família exemplar e sua honradez inatacável se impunha sobre todos. Na vida pública exercitou a prática da mais austera moral social e política.
        O comendador morreu aos 87 anos de idade, no dia 20 de julho de 1920 às 3:00 h, em sua residência à Rua da Imeratriz, nº 14, 1º andar, em Recife. Ele foi sepultado no cemitério de Santo Amaro em Recife no jazigo da irmandade do Santíssimo Sacramento da Boa Vista da qual era irmão benfeitor. O Governador do Estado, membros do senado, da câmara de deputados, do judiciário e de todos os setores da sociedade pernambucana participaram do ato.
        Em Amaraji houve uma missa de sétimo dia muito concorrida. Autoridades do município e da capital se fizeram presentes. Foi realizada também uma sessão cívica em homenagem ao fundador e benfeitor do município.
        Na época, o tabelião e correspondente dos jornais da capital em Amaraji, Major Eduardo de Carvalho, encabeçou um movimento para que fosse erigida uma estátua do comendador numa das praças da cidade. A estátua seria esculpida pelo artista Bibiano Silva, entretanto, o projeto não chegou a ser concretizado. Tempos depois, a praça onde se localiza o coreto que em Amaraji é chamado de “pavilhão” recebeu o seu nome.
            Quem sabe algum filho da terra resolve amadurecer a idéia do Major Eduardo de Carvalho e reiniciar um movimento para que a estátua seja feita e colocada na praça que leva o seu nome. O comendador merece e a memória da cidade agradece.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Álvaro Soares de Melo - Prefeitos de Amaraji (4)


Álvaro Soares de Melo nasceu no dia 29 de setembro de 1929 no distrito de Mandacaru que pertence ao município de Gravatá. Era filho de Jorge Soares de Melo e Rosa Soares de Melo. Além de Álvaro, o casal teve os seguintes filhos: José Soares Monteiro, Lenira Soares de Melo e Luiz Gonzaga de Melo.
Na segunda metade da década de 1940, seu pai, Jorge Soares, mudou-se de Mandacaru para Amaraji e Álvaro veio junto com ele. Trabalharam com Seu Manoel Miguel, que era proprietário de uma vacaria na área localizada nas proximidades do matadouro municipal. Além da vacaria, Seu Manoel Miguel negociava com compra e venda de gado. Pai e filho fizeram algumas economias e Álvaro adquiriu uma pequena mercearia, na época, chamada de bodega.
No dia quatro de abril de 1951, foi nomeado pelo Governador para exercer, interinamente, o cargo de Oficial de Justiça e Porteiro dos Auditórios da comarca de Amaraji, em virtude do falecimento do titular do cargo Luiz Gonzaga Fontes. Continuou no cargo até sua aposentadoria.
Em 1953, na época da campanha para construção do Abrigo e Escola de Menores de Amaraji (atual prédio do centro Clara Vida) Álvaro Melo e a professora Elvira Sotero Fontes foram os dois maiores suportes no trabalho do juiz da comarca, Dr. José Sirone de Vasconcelos, o idealizador do projeto, percorrendo os vários recantos do município em campanha para angariar donativos para a construção do prédio e inauguração de suas instalações. O abrigo destinava-se a atender menores carentes, órfãos, ou meninos de rua, em regime de internato, proporcionando-lhes educação primária e ensino de algum ofício para que eles fossem inseridos no mercado de trabalho da cidade.
Sua primeira participação na vida política do município ocorreu em setembro de 1950, quando começou a fazer parte do diretório municipal do partido político União Democrática Nacional – UDN.
Em setembro de 1969 ela fez parte do diretório municipal da Aliança Renovadora Nacional – ARENA, juntamente com Albérico Batista dos Anjos, José Teófilo Sobrinho, José Gomes da Silva e outros líderes da comunidade.
No dia 9 de junho de 1972, o Diário Oficial do Estado publicou a composição do diretório do Partido da Aliança Renovadora Nacional – ARENA da 31ª zona eleitoral de Amaraji. Os membros do diretório foram: Albérico Batista dos Anjos, José Teófilo Sobrinho, Áureo Bezerra, Luiz Vieira de Andrade, Severino Barbosa da Silva, Rômulo Barbosa Ferraz, José Gomes da Silva Amaro Graciano da Silveira e Álvaro Soares de Melo, entre outros.
Em 1972, no dia 15 de novembro, realizaram-se eleições para prefeito e vereadores do município. Candidataram-se a prefeito: José Teófilo Sobrinho, pela Arena 1 (1.188 votos); Álvaro Soares de Melo, pela Arena 2 (671 votos) e Albérico Batista dos Anjos, pela Arena 3 (517 votos). Álvaro Melo obteve a segunda colocação. O prefeito eleito, José Teófilo Sobrinho e seu vice, Luiz Vieira de Andrade, tomaram posse no dia 31 de janeiro de 1973 para administrar o município até 31 de janeiro de 1977.
Em fevereiro de 1982, filiou-se ao Partido Democrático Social – PDS do município. Licenciou-se das funções de oficial de justiça com a intenção de candidatar-se a prefeito. As eleições realizaram-se no dia 15 de novembro de 1982. O pleito foi disputado por Álvaro Melo, pelo PDS, por José Teófilo Sobrinho e por José Osório Coelho da Silveira Neto (Dr. Deda). Álvaro venceu as eleições e, juntamente com o vice Gilberto Benigno de Barros, foi empossado para administrar o município no período de 31 de janeiro de 1983 a 1º de janeiro de 1989. A Câmara Municipal ficou composta dos seguintes vereadores: José Mário Moraes da Silva, Amaro Eugênio da Silva, Mário Silveira, Amadeu Cordeiro, entre outros. 
Sua primeira aparição pública na qualidade de prefeito recém-eleito foi no dia nove de janeiro de 1983 quando da inauguração da pavimentação asfáltica da PE-63, rodovia que faz a ligação entre a cidade de Amaraji e a BR-101 em terras do Engenho Conceição em Escada. Presentes à solenidade o governador José Ramos, o senador Marco Maciel, o governador eleito Roberto Magalhães e outras autoridades, além do prefeito Albérico Batista dos Anjos e vereadores da gestão que estava no final do mandato.
Ele foi o primeiro prefeito, em toda a história do município, a implantar calçamento em toda a cidade, fazendo desaparecer os antigos e tradicionais buracos que predominavam nas ruas. Nos primeiros 24 meses de governo, calçou as seguintes artérias: avenidas José Osório e Santo Amaro e as ruas Major Eduardo de Carvalho, Belizário Pena, Antônio Bernardo Cavalcanti, Aguinaldo Correia, Victor José Alves, 23 de Julho, São Vicente de Paulo, 19 de Março, João Alexandre da Silva, Agamenon Magalhães, Godofredo de Figueiredo, 1ª e 2ª Travessas Samuel Coelho, ruas do bairro da Conceição, parte da Rua 15 de Novembro, totalizando, só nessas áreas, mais de 10.270 metros quadrados. No bairro de Nossa Senhora da Conceição foi calçada uma área de 6.170 metros quadrados. Construiu e recuperou praças, dotando todas de arborização e jardins. Paralelamente, saneou um total de 1.140 metros, empregando tubos de cimento.
Vale também destacar as ações voltadas para o setor educacional, com a construção de mais de nove unidades escolares na zona rural, com uma, duas, três e até quatro salas de aula cada uma, totalizando 19 salas de aula além de uma creche comunitária que atendia 120 crianças. Na área da educação, sua maior aquisição foi a compra de um moderno ônibus escolar para transporte de estudantes universitários que freqüentavam a Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul de Palmares – FAMASUL.
Em 1983 chegou à cidade, a Operação ACISO - Ação Cívico-Social do Exército, um conjunto de ações cujo objetivo era promover uma integração entre as Forças Armadas e a sociedade, além de ser uma ação de cunho social que visava beneficiar a população local.  Da Operação participaram médicos militares e equipe de apoio.
No dia 22 de setembro de 1983 ele assinou convênio com o Projeto Mandacaru. Com recursos da municipalidade e algumas verbas daquele Projeto, construiu um moderno centro de administração municipal, que substituiu o antigo e quase centenário prédio da prefeitura, um terminal rodoviário, o prédio da cadeia pública, recuperou o açougue e o mercado público. Edificou 81 casas populares, em
alvenaria, no bairro de Nossa Senhora da Conceição. Adquiriu ainda uma ambulância, uma unidade odonto-médica móvel e um carro caçamba. Construiu também o moderno prédio do fórum municipal, uma unidade mista de saúde e o prédio da biblioteca na área mais central e histórica da cidade.
Adquiriu oito hectares de terras para permitir a construção de casas residenciais o que sempre pareceu impossível para administrações anteriores.
A obra mais lembrada por todos os moradores foi a construção do Clube Municipal dos Tamarindos, a realização do sonho de muitas gerações. O clube foi inaugurado no dia 23 de julho de 1986, data em que o município completou 118 anos de existência, com um baile animado pela orquestra de Ivanildo do Sax de Ouro. O grande maestro e músico Ivanildo José da Silva é natural da zona rural de Amaraji.
Em sua gestão, o velho Cine-Teatro deixou de funcionar, o prédio passou por grandes modificações, dando lugar à agência do Banco do Brasil S.A. que foi inaugurada no dia 15 de fevereiro de 1984.
No dia 1º de março de 1991 o Diário Oficial do Estado publicou sua promoção por tempo de serviço ele foi transferido para Recife.
        Nas eleições de três de outubro de 1992 ele disputou mais um pleito eleitoral para prefeito. Os outros candidatos foram Adailton Antônio de Oliveira e José Mário de Andrade, Adailton de Oliveira saiu vencedor e, juntamente com seu vice, Severino Fabrício, tomaram posse no dia 1º de janeiro de 1993.
        Em 2000, na eleição majoritária municipal do dia 1º de outubro, Jânio Gouveia da Silva candidatou-se pelo PPS, tendo como seu vice, Álvaro Melo. Eles disputaram a eleição com Adailton Antônio de Oliveira candidato do PFL. Jânio e Álvaro foram eleitos com 6.103 votos. Jânio iria exercer seu segundo mandato e os dois tomaram posse no dia 1º de janeiro de 2001. Os vereadores leitos foram: Antônio Inácio de Brito, Maria Bernadete Cabral de Brito, Antônio Carlos Agostinho, Jaceilda Gouveia da Silva, Irmão Orlando, Marreta, Amaro Vieira de Melo Filho, Rildo Reis Gouveia e Amaro Moraes dos Santos.
Desavenças políticas, intrigas e mesmices outras, formam o corriqueiro no palco das campanhas eleitorais interioranas. Álvaro Melo, porém com diplomacia e bom sendo procurou sempre manter um bom relacionamento com todos os setores da comunidade: a classe política, a câmara municipal, as diversas denominações evangélicas, o comércio e as poucas indústrias locais. Nas pequenas cidades brasileiras a paz sempre prevalece, apenas no período da política, alguns se desentendem e os ânimos de aceleram. Mas como já disse o “poeta”:
“Tempo de eleições, o ambiente esquenta,
Xingando se briga e a gente lamenta.
Mas logo tudo passa, com derrota ou vitória,
Os rivais se abraçam e prossegue a história”.

Álvaro Melo foi, durante muitos anos, um esteio na educação do município.  Sempre fazendo parte do setor local da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEG, entidade mantenedora do então Ginásio São José da Boa Esperança fundado em 1959.  Épocas houve em que o salário de professores e funcionários chegou a atrasar até oito meses. Mas ele, juntamente com o Diretor Israel Agostinho Santiago, Vanildo Benigno de Barros, Júlio Ludgero Bezerra, Manoel Veloso da Silva, a secretária Amara Ramos Barreto e, durante um bom tempo, o promotor Luís Rodolfo Rangel Moreira, procuraram sempre contornar a situação de uma maneira satisfatória de modo que o Ginásio sempre se manteve firme, solidário e de portas abertas para atender o alunado da comunidade local, da zona urbana ou rural, bem como da vizinha cidade de Primavera e da Usina União e Indústria. Ele também participou de várias formaturas de concluintes do Colégio São José, seja como paraninfo ou padrinho.
Foi um grande incentivador da cultura no município. No início da década de 1950 ele inaugurou o “Cine Operário” que funcionava nas instalações do antigo Salão Paroquial, na época em que o vigário da paróquia era o Padre José Leão Lanfermann. Tempos depois, o Cine Operário encerrou suas atividades, foi quando ele arrendou o prédio do Cine-Teatro Amaraji que passou a ser o único cinema da cidade. Na época, o rádio e o cinema eram as maiores diversões de todas as cidades do interior. O prédio do cinema, além de projetar filmes nos finais de semana, era também o palco de apresentações teatrais, folclóricas, reuniões políticas, formaturas, carnavais, festejos juninos e outros bailes e eventos organizados pela comunidade. No prédio do cinema ele mantinha um serviço de som que transmitia para a cidade. À tarde ou à noite ele transmitia sua programação, com músicas de sucesso, avisos, seus comentários, suas críticas e crônicas. Aquele serviço de som anunciava de tudo, era uma espécie de porta voz oficial da cidade. Avisos de reuniões, aniversários, festas, óbitos e, naturalmente, a programação cinematográfica de cada final de semana. E, nas programações vespertinas e noturnas, ele sempre se referia a Amaraji como: “A Princesa dos Canaviais”. A programação do serviço de som do Cine-Teatro Amaraji tinha o patrocínio exclusivo da Padaria Redenção, uma panificadora e mercearia de sua propriedade, cujo slogan era: “Padaria Redenção, aquela que fabrica o pãozinho do seu tamanho”. O nome Redenção originou-se de uma telenovela da extinta Rede Tupy de Televisão. A história da novela retratava uma cidadezinha muito parecida com Amaraji daquela época: as novidades, os boatos, os recém-chegados à cidade, etc. A telenovela ficou conhecida por ter sido a mais longa da dramatologia brasileira.
Grande também foi seu apoio à comunidade católica do município. Nas campanhas para pintura ou recuperação da matriz de São José, nas festas do santo padroeiro ou em outros eventos religiosos, organizados pela paróquia, ele estava sempre presente prestando todo tipo de suporte. Lembro-me da chegada do Padre Joel Salgado Amorim, novo vigário da paróquia, em fevereiro de 1984. Padre Joel foi apresentado pelo Padre Geraldo Leite Bastos de Escada e, na solenidade, ele foi saudado pelo prefeito Álvaro Melo, em nome dos paroquianos.
Um fato desconhecido de muitos da vida de Álvaro Melo. Na década de 1960 sua família passava um mês de férias na praia de Gaibu. Ele retornava de Gaibu, quando na BR-101, no trecho entre Escada e a entrada da estrada antiga da vila de Frexeiras ele se deparou com um jeep quebrado no acostamento. No jeep, um cidadão de meia idade e seu motorista tentavam fazer o motor funcionar. Álvaro desceu de seu carro e procurou ajudar. Não dando resultado, tomou seu carro e foi até a vila de Frexeiras em busca de um mecânico. Leva o profissional até a BR e permanece no local até o jeep ser consertado. O proprietário do jeep fica muito agradecido e quer gratificar Álvaro que, delicadamente, recusa. Ele espera o jeep partir e prossegue sua viagem para Amaraji levando o mecânico de volta para Frexeiras.
Álvaro era amigo e compadre do Sr. Raul Araújo que também veraneava em Gaibu. Na semana seguinte, de volta a Gaibu, Álvaro encontra-se com seu compadre Raul, que, por coincidência era amigo do proprietário do jeep quebrado. O Sr. Raul comentou com ele que o dono do jeep, Sr. Fábio da Silveira Barros, também veranista daquela praia, queria se encontrar com ele para agradecer. O encontro é promovido, o Sr. Fabinho, como era conhecido, entregou a Álvaro um peixe “cavala” de alguns quilos e se apresentou melhor agradecendo mais uma vez. Ele era o dono da Usina Frei Caneca e naquele jeep quebrado estava um malote cheio de dinheiro destinado ao pagamento semanal dos fornecedores de cana e dos operários daquela usina.
Álvaro Melo foi casado com Maria José Cavalcanti de Melo (Dona Zeza), nascida no dia 22 de fevereiro de 1927, filha de Marcionilo Bernardo Cavalcanti e Beatriz Lopes Cavalcanti. O casamento realizou-se no dia 24 de junho de 1952 na Igreja Matriz de São José em Amaraji. Eles foram pais de: Paulo Roberto, Álvaro Filho (Dunga), Antônio Fernando, Maria do Socorro, Maria das Graças, Maria Auxiliadora (Dora), Maria de Jesus (Cita), Ana Maria e José Eugênio. Álvaro e Zeza são também avós de dezessete netos: Roberta, Beatriz, Natália, Rafaelly, Karolyne, Brunna, Rayssa, Daniela, Vitória, Mariana, Kalil, Mariozinho, Marcelo, Dalmo, Vandinho, Bruno e Bento.
Ele faleceu no dia 18 de junho de 2012 no Hospital dos Servidores do Estado. Seu corpo foi velado no hall do Centro Administrativo Municipal de Amaraji e, de lá, transladado para a Matriz de São José, onde recebeu as merecidas homenagens de muitas pessoas residentes no município, assim como outras que se deslocaram da capital e de municípios vizinhos, para prestar o último adeus ao grande líder político da região. Apesar do tempo chuvoso, centenas de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre até o cemitério da cidade.
O prefeito do município decretou luto oficial durante três dias e ponto facultativo no data do sepultamento. Sua família foi homenageada também pela Assembléia Legislativa de Pernambuco com um Voto de Profundo Pesar requerido pelo Deputado Aglailson Júnior.
Ele foi um gestor que, em apenas quatro anos de administração, realizou, com muita competência, ações que serão lembradas por todos durante anos, executando também um número de obras tão expressivas que, em décadas, ainda poderão ser vistas e fotografadas.
Em janeiro de 2005, depois de exercer seu último mandato como vice-prefeito do município, afastou-se dos meios políticos, encerrou suas atividades comerciais e passou a viver junto a seus familiares, na mesma casa que sempre viveu, no aconchego da família, dos filhos e netos.
        Álvaro Melo por sua honradez, integridade e honestidade, seja na qualidade de cidadão, seja como homem público, certamente, vai ser sempre lembrado e admirado pelos amarajienses da atualidade, por seus descendentes e pelas gerações futuras.

sábado, 9 de junho de 2012

Dr. Jorge Coelho da Silveira - Prefeitos de Amaraji (3)

Jorge Coelho da Silveira nasceu no dia 9 de junho de 1908 no povoado de Pedra Branca, hoje pertencente ao município de Primavera. Filho de José Osório Coelho da Silveira, nascido em 20 de janeiro de 1850 e falecido em 24 de maio de 1928 e de Deolinda Teresa de Jesus (Loló), nascida em 15 de outubro de 1875 e falecida em 20 de junho de 1962. Era neto, pelo lado paterno, de Manoel Coelho da Silveira e Maria José do Espírito Santo e, pelo lado materno, de Laurentino Coelho da Silveira e Antônia Maria da Conceição.
 
Ele foi batizado pelo vigário Padre Jerônimo Higino Rodrigues de Assunção, no oratório privado da casa de residência de seu pai no Povoado de Pedra Branca, sendo seu padrinho Vicente Coelho da Silveira, morador da propriedade Prata. Foi registrado no dia 1º de março de 1909 no cartório de registro civil da Vila de Amaraji e foram testemunhas: Joaquim Manuel Silveira e Antônio José Pereira. José Sancho da Silveira, o escrivão ad-hoc que fez o assento de seu registro no livro foi, durante muitos anos, o escrivão do cartório Amaraji e, vinte um anos depois, tornou-se sogro de Jorge Coelho.

Ainda criança, foi estudar no seminário de Olinda. Deixou o seminário e foi para Natal, no Rio Grande do Norte, fazer o curso científico, ficando hospedado na residência do monsenhor José Alves Ferreira Ladim que havia sido vigário de Amaraji no período de 1912 a 1915. Em 1930, foi exercer a profissão de professor da seção masculina do Grupo Escolar da Usina União e Indústria, conhecida como Bonfim. Em 1936 ingressou na Faculdade de Medicina no Recife. Foi aluno laureado na turma de 1941 e recebeu o diploma no teatro Santa Isabel, no dia 6 de dezembro de 1941. Nesse período, trabalhava na Usina São João da Várzea em Recife, e, depois, como funcionário do Instituto de Previdência do Estado de Pernambuco – IPSEP.

Depois de formado, foi exercer a profissão de médico na Usina Caxangá em Ribeirão.

Em 1942, transferiu-se para a usina Trapiche, no município de Sirinhaém, em substituição ao médico Pedro Buarque que fora convocado para servir o exército. No dia 20 de novembro de 1943, através do ato 1561, publicado no Diário Oficial do Estado de 21.11.1943, foi nomeado pelo interventor federal de Pernambuco, Agamenon Magalhães, prefeito do município de Sirinhaém, onde executou a maior administração já realizada naquela cidade. No dia 21 de setembro de 1946, solicitou do mesmo interventor federal no Estado, sua exoneração do cargo de prefeito daquela cidade. Naquele mesmo ano, transferiu-se para Recife, onde foi trabalhar como médico chefe da pediatria do Hospital Centenário.

Em 1947, ele candidatou-se a prefeito de sua cidade natal, Amaraji, e nas eleições de 26 de outubro daquele obteve uma vitória esmagadora sobre o concorrente. No dia 15 de novembro de 1947 tomou posse como prefeito.

Juntamente com ele foram eleitos os seguintes vereadores: Álvaro Antunes Correia, Antônio Bernardo Cavalcanti, Ademar Orlando Figueiredo, José Otacílio Correia de Assunção, José Rufino de Brito, Felisberto Pessoa de Oliveira e Vitorino do Carmo Leitão.

Uma curiosidade da campanha eleitoral. Dr. Jorge do Partido Social Democrata - PSD, disputava a prefeitura com Francisco Xavier, da União Democrática Nacional - UDN. Este era apoiado pela usina União e Indústria e pelos fornecedores e cana. Dr. Jorge e o seu grupo eram chamados de “mocotó” e Chico Xavier, de “guará”. Por onde Dr. Jorge caminhava era sempre seguido por um grupo de correligionários, daí serem chamados de “mocotó”. Os correligionários de Chico Xavier, usineiro e plantadores, eram chamados de “guará” por conta do lobo guará que costumava fazer estragos  no canavial. E nos comícios, ouviam-se os gritos de “guará”, “guará”, ou “mocotó”, “mocotó”. Era uma maneira de ofender o adversário.

Durante aquele período exerceu também a profissão de médico na usina Pedroza. Entre as obras que se destacaram na sua primeira administração estão: a colocação de meio fio em quase todas as ruas da cidade. Construiu a capela de Santo Amaro que foi inaugurada em 1949. Edificou o prédio da Rádio Educadora a Voz de Amaraji, local destinado a festas e eventos culturais. Construiu também as casinhas da Vila São Vicente, destinadas a idosos carentes e sem família, bem como o prédio de dois andares que pertence à Sociedade Beneficente São José do Amaraji.  Abriu a Avenida José Osório até o prédio da estação. Em setembro de 1949 foi iniciada a construção da usina hidrelétrica que passaria a fornecer energia à cidade. Sua obra mais importante foi, sem dúvida, a abertura da rodovia que liga Amaraji à BR-101, passando pela usina União Indústria.

Movimentou a vida social da cidade promovendo teatros, bailes e eventos como o programa Amaraji de Outrora, onde as pessoas percorriam a cidade à luz de tochas, cantando e ouvindo narrações de fatos curiosos e folclóricos do município. O Amaraji de Outrora acontecia sempre em noites de lua cheia.

Realizou uma grande administração em Amaraji, recebendo por tudo que fez o título honroso de “Restaurador do Município”. Sua gestão durou até 15 de novembro de 1951, quando Sebastião Gomes de Andrade eleito no último pleito, tomou posse.

Em 1953, no mês de junho, começou a funcionar o posto de higiene estadual da cidade. A unidade sanitária muito bem instalada dispunha de equipamentos médico-cirúrgico para todos os casos de emergência. Dr. Jorge Coelho da Silveira foi designado médico-chefe da unidade. Ele veio transferido da cidade de Agrestina, aonde vinha exercendo idêntica função no posto de higiene daquela cidade.

Em 1954, no dia 02 de outubro, o Diário Oficial do Estado publicou a inscrição de Dr. Jorge Coelho da Silveira como candidato a deputado estadual pelo Partido Trabalhista Brasileiro - PTB. Na eleição realizada em três de outubro de 1953 ele ficou na suplência e, por várias vezes, assumiu como suplente de deputado estadual na Assembléia Legislativa.

No dia 19 de março de 1959 foi designado pelo governador do estado para exercer a função de chefe do posto de higiene de Amaraji.

Candidatando-se mais uma vez a prefeito de Amaraji venceu o pleito. No dia 15 de novembro de 1955, foi empossado pela segunda vez no cargo de prefeito de sua terra. Um fato interessante sobre sua posse. O então prefeito Sebastião Gomes fazia oposição ferrenha a Dr. Jorge Coelho de modo que, em seu último dia de gestão, renunciou ao mandato e passou a prefeitura para o vice-prefeito, Manoel Sales Coelho, que transmitiu o cargo ao novo prefeito eleito.

Naquela gestão foram eleitos os seguintes vereadores: Miguel Cavalcanti Sotero, José Teófilo Sobrinho, João Gonçalves de Medeiros, Luiz Gonzaga da Silva, Aristeu Correia da Silva, Albérico Batista dos Anjos, Áureo Bezerra, José Olegário Alves, Manoel Bernardo Cavalcanti.

Jorge Coelho foi casado com Nadir Judith da Silveira, nascida no dia 23 de novembro de 1913, filha de José Sancho da Silveira e Judith da Silveira. A cerimônia do casamento religioso realizou-se no dia 25 de junho de 1929, ele com 21 e ela com 16 anos de idade, num oratório privado da cidade, celebrado pelo vigário da paróquia, padre Paulo Hermógenes. Foram testemunhas: Zeferino Coelho da Silveira e Odilon Albuquerque de Souza Melo. O casamento civil realizou-se também na mesma data. Foi na residência da noiva, à tarde, presidido por Dr. Ernesto Vieira Santos, Juiz de Direito da Comarca. Foram testemunhas: o Coronel Frederico Davino Pontual e a Srta. Quitéria Coelho da Silveira; e o Coronel Pedro Correia de Mello e sua esposa Dona Amélia Correia de Mello.

No dia 22 de junho de 1959, ele adoeceu repentinamente e foi conduzido para Recife. Faleceu no dia 23 de junho de 1959, ás 5 horas da manhã, no Hospital Jaime da Fonte em Recife, aos 51 anos de idade.

Deixou três filhos: José Osório Coelho Neto, nascido em 29 de março de 1931, casado com Cilene Lisboa Coelho, pais de Jorge Neto, Cid, João Bosco e Jacqueline; Maria Salete Coelho, nascida em 11 de abril de 1933, casada com Amaro Moraes da Silva, já falecido, pais de Manoel, Rita de Cássia, Verônica Inês e Valéria Márcia; e Domingos Sávio da Silveira, nascido em 13 de novembro de 1953, que foi casado com Maria Alice Ferreira da Silva, pais de Paula Frassinetti, Anne Karina e Juliana Veruska. Sua esposa Nadir Judith da Silveira faleceu no dia dois de setembro de 1992.

Deixou também uma irmã, Quitéria Coelho da Silveira, nascida a dois de setembro de 1912 que casou aos 18 anos com José Mateus Silveira Tabosa no dia 21 de janeiro de 1931. José Mateus e Quitéria tiveram um filho chamado José Haldson Coelho Tabosa, casado com Sônia Tabosa. Quitéria faleceu no dia 11 de novembro de 1971.

Dr. Jorge Coelho era um homem, acima de tudo, muito religioso e amigo de todos que o conheciam. Como profissional, deixou uma lacuna enorme, por sua maneira gentil, seu desprendimento e atenção que dispensava aos pacientes. Nenhum obstáculo o impedia de prestar o devido socorro, quando solicitado. Atendia na chuva, no sol, de dia, de noite, sempre com o mesmo carinho, paciência e sem distinção de classe social ou categoria de vida. Para atender e medicar algum doente utilizava-se de qualquer meio de transporte: a cavalo, de trolley e até a pé.

Sua partida prematura deixou um vazio no cenário político estadual, pois estava apenas iniciando sua carreira política na Assembleia Legislativa e, na comunidade de Amaraji, uma grande saudade pelo excelente profissional que era e pela extraordinária pessoa humana que sempre demonstrou ser.

A Prefeitura e Câmara Municipal prestaram homenagem ao grande médico e prefeito do município, denominando a principal praça da cidade com o seu nome. Anteriormente, era chamada de Barão de Lucena. Lá também foi colocada uma estátua do grande benfeitor.