quarta-feira, 5 de junho de 2013

Antônio Epaminondas de Barros Correia - O Barão de Contendas

Antônio Epaminondas de Barros Correia nasceu no distrito de Altinho, na época pertencente a Caruaru, no dia três de junho de 1839. Era filho do capitão Francisco Joaquim de Barros Correia.
Bacharelou-se em direito pela Faculdade de Recife em 35 de novembro de 1864. Depois de formado, ocupou os cargos de promotor público de Caruaru e juiz municipal de Brejo da Madre de Deus. Deixou o cargo de juiz, para dedicar-se a advocacia na comarca de Caruaru.
Entrou na política e ingressou no partido liberam. Foi eleito, em diversas legislaturas, deputado provincial. Foi vice-presidente da antiga província de Pernambuco e assumiu o cargo de presidente por três vezes. Ao final de sua terceira administração, o governo do império o fez comendador da Ordem da Rosa. Mais tarde, em 1889, sendo presidente do conselho de ministros, o visconde de Ouro Preto, agraciou-o com o baronato, cujo título, tirado já no regime atual, foi-lhe oferecido pelo Dr. José Mariano.
Na qualidade de vice-governador, ainda administrou Pernambuco durante 23 dias, de 27 de novembro à sangrenta noite de 18 de dezembro de 1891.
Também ocupou a presidência da Sociedade Protetora da Agricultura e, posteriormente, fez parte de seu conselho.
Em 1890, quando a vila São José da Boa Esperança emancipou-se de Escada e passou a se chamar Amaragy, ele fez parte da intendência do novo município.
Vão rareando em Pernambuco homens como o barão de Contendas, se impunha à estima e ao respeito de todos pela inteira correção de seu procedimento, tanto nas relações da vida particular, quanto nas da vida pública e política.
Sob o primeiro dos aludidos aspectos, o inesquecível extinto podia ser considerado verdadeiro modelo de chefe de família, patrono e guia não somente da esposa e filhos, mas de todos os seus numerosos parentes, que sempre o ouviam e sempre o acatavam. Na qualidade de político, ninguém desconhece em Pernambuco sua incontestável benemerência, seu devotamento aos correligionários e sua intransigência ante os adversários – uma e outra sem ruídos e sem estardalhaço, sereno e cortês, ele, livre de rancores, de vaidades e de ambições.
Seria difícil excedê-lo na fidalguia do trato, fidalguia sem a frieza dos orgulhosos, doa que acolhem medindo e acentuando distâncias e o seu lar abria-se, em Contendas, aos amigos, hospitaleiro e precioso, no conforto invariável da cativante gentileza do distinto titular, de sua esposa e filhos – gentileza sempre grande e sempre a mesma.
Dr. Antônio Epaminondas de Barros Correia casou-se com dona Maria José Alves de Araújo, filha de Antônio Alves da Silva e Antônia Alves de Araújo, os barões de Amaraji no ano de 1872. Dessa união, tiveram 13 filhos, dos quais são vivos os 12 seguintes:
Dr. Antônio Epaminondas de Barroa Correia, advogado e deputado estadual no Espírito Santo; Dr. Eutíquio de Barros Correia, agricultor; Dr. Cícero de Barros Correia, médico, residente em Manaus; Dr. Joaquim de Barros Correia, formado recentemente em direito, nomeado promotor de Alagoa do Monteiro na Paraíba; dona Maria Gentil Correia dos Santos Dias, esposa do major Pedro dos Santos Dias; dona Generosa de Barros Correia Pontual, esposa do major José Hermínio Pontual Filho; os Srs. Constâncio e Melânio de Barros Correia, acadêmicos de direito e os menores Angelina, Naíde, Erasmo e Sólon.
O barão adoeceu no dia 16 de abril de 1905 e veio a falecer no dia 20 do mesmo mês, em sua residência no engenho Contendas, localizado à margem da estrada de ferro de São Francisco no município de Amaraji.
O governador do estado autorizou a viagem de um trem especial de Recife até a estação de Frexeiras, para levar os amigos e outras pessoas que quisessem participar das últimas homenagens ao ilustre político. O trem saiu da estação de Cinco Pontas às treze e quarenta e cinco e chegou em Frexeiras às quinze e trinta. De lá os passageiros seguiram de carro até o engenho Contendas.
A casa grande do engenho Contendas, de dois pavimentos, e tendo no superior largo terraço coberto e avarandado, estava repleta de parentes, amigos e admiradores do saudoso morto.
Era cerca de quatro e trinta quando o caixão foi conduzido à mão até o engenho Visgueiro, acompanhado por um cortejo numeroso de pessoas de carro, mais de cem a cavalo e dezenas a pé. De Visgueiro, o caixão e os que o acompanhavam seguiram num comboio de ferro da usina Bamburral até em frente à linda capela do engenho Amaraji, situada numa aba da montanha.
Recebido por diversos cavaleiros, que desceram até a linha férrea trazendo círios, e encomendado pelo reverendo padre Jerônimo de Assunção, vigário de Amaraji, na igrejinha toda branca e bem cuidada, a qual, em outra situação seria alegre e sorridente. O corpo do barão de Contendas foi sepultado no pequeno cemitério ao lado esquerdo da mesma, onde jazem os restos mortais do barão e da baronesa de Amaraji, além de vários outros familiares.
Diante do túmulo, pronunciou sentidas e eloquentes palavras, o Dr. João de Macedo França.
Transcrito do jornal “A Província” de 23 de abril de 1905.

14 comentários:

  1. Gostei das informações com respeito ao Barão de Contendas, na minha meninice escutei meio muito de histórias de corenéis, capitães e demais títulos honoríficos e muitas vezes comprados a dinheiro.
    as notícias e histórias de Amaraji, sempre me deixam de orelhas em pé. Nasci no Engenho Manhoso, mas meu mundo foi mesmo o Engenho Não Pensei e amaraji.

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  2. Gostei muito de saber da história da minha família, e por ser bisneta do barão estou tentando montar minha árvore genealógica.

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    1. estou fazendo uma pesquisa sobre engenhos e gostaria de saber mais sobre esse engenho. se existe mais fotos e onde era a localização.

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    2. A minha bisavó é neta dele. Ela é irmã do Cícero Dias. São filhos de Maria Gentil Correia dos Santos Dias.
      Minha bisavó é a filha caçula e tem o mesmo nome da mãe. Depois de casada, passou a ser Maria Gentil Dias Carrazedo.

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    3. Como é seu nome? Deve ser parente minha

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    4. Marcelo de Barros Correia junior

      Whatsapp 81 983110932

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    5. Consegue algo sobre o capitão Francisco Joaquim de Barros Correia!

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  3. avó do grande pintor e de um dos maiores artista do Brasil cicero dias de Escada-PE

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  4. Interessante os caminhos que me levou chegar até aqui, procurando minha ancestralidade, vejo que o barão de contendas é irmão do meu tatataravó..

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  5. Bem! Me chamo Alexandre Xavier de barros correia,em meu registro diz q sou natural de Altinho PE, mas nasci em São Joaquim do monte,PE.toda minha família digo tios são de lá.

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  6. Alguém saberia alguma informação sobre quem poderia ter alguma imagem do pai do Barão de Contendas o capitão Francisco Joaquim de Barros Correia? Seria de muita importância para a cidade de Altinho/PE.

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  7. Sou Gustavo jose de barros correia, neto de melancia e bisneto do barão. Moro em BH e tenho 78 anos

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    1. Sou Carlos Albuquerque Lemos, pentaneto de Francisco Joaquim de Barros Correia. Pesquiso bastante a família há vários anos. Caso desejem, posso compartilhar as informações que levantei sobre a família, bem como gostaria de obter informações de outros descendentes dos Barros Correia. Segue meu e-mail: clemos05@hotmail.com.

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