Plínio Alves de Araújo nasceu no dia 23 de dezembro de 1893 no engenho Amaraji d´Água. Era filho de Antônio Alves de Araújo, o “Cadete” e Maria Salomé de Araújo. Seus irmãos eram Ivo, Célia, Áurea, Helena e Antônio Filho e seus avós paternos, Antônio Alves da Silva e Antônia Alves de Araújo, barão e baronesa de Amaraji.
Viveu toda a sua infância no engenho com seus irmãos, além de conviver com vários primos de engenhos vizinhos. Até a idade de 10 anos desfrutou também da presença de sua avó baronesa que viveu até o ano de 1903 e que dividia o tempo, juntamente com seus familiares, entre a casa grande do engenho e sua residência da Rua Sete de Setembro em Recife.
Os engenhos bangüês daquela época proporcionavam inúmeras distrações para os filhos dos senhores de engenho. Datas religiosas e sociais eram comemoradas com muito entusiasmo pelas pessoas da época. Além do que, seu avô, o barão, costuma oferecer recepções e promover encontros aos senhores de engenhos vizinhos, vários dos quais seus parentes, bem como a convidados de Recife, que se deslocavam da capital para o engenho. Seu pai que havia se diplomado em direito pela Faculdade do Recife, juntamente com sua avó, a baronesa, preservaram o costume de manter o mesmo estilo de vida social do barão.
O jovem Plínio aprendeu as primeiras letras no próprio engenho. Na época, os filhos dos proprietários como alguns filhos de trabalhadores freqüentavam a escola existente na propriedade que era mantida pelo senhor de engenho. Sua primeira professora foi dona Maria Paes Barreto, da qual ele sempre guardou boas recordações. Algum tempo depois ela foi substituída pelo ex-seminarista Joaquim Manoel dos Santos.
Em 1907, deu prosseguimento a seus estudos na cidade de Carpina, na época chamada de Floresta dos Leões, juntamente com seu irmão Ivo Araújo e alguns primos. Lá ele estudou no Colégio Chateaubriand, que tinha como educador o francês Dr. Charles Koury. Naquela instituição fez o curso preparatório e permaneceu no colégio por dois anos. De acordo com seu pensamento, naquele período, as mudanças e transição abriam as portas para uma psicologia pronta para encarar a vida de uma forma mais madura.
Em 1910, aos 17 anos, partiu para São Paulo a fim de freqüentar o curso superior de agronomia na reconhecida Escola de Piracicaba. Fez o exame de admissão e foi aprovado. Cursou aquela instituição até o terceiro ano. Atendendo uma solicitação de Antônio Paulino, amigo de seu pai e diretor da Escola Superior de Ciências Agrícolas de Recife – ESAP retornou a Pernambuco e matriculando-se naquela instituição de ensino superior, a fim de concluir o último ano do curso. Ele e mais seis estudantes fizeram parte da primeira turma de agrônomos da ESAP. Por solicitação de seus colegas de curso, foi designado orador da turma. Seu discurso foi brilhante, surpreendendo os convidados e autoridades presentes, inclusive o Governador do Estado na época, general Emídio Dantas Barreto. Em dezembro do mesmo ano, foi nomeado pelo governo, para o cargo de inspetor federal agrícola do estado. Esta foi sua primeira função pública. Paralelo a isso, exerceu também o cargo de delegado do Serviço Federal do Algodão em Sergipe e no Rio Grande do Norte. Durante seis anos foi funcionário do Ministério da Agricultura. Após afastar-se de suas atividades no ministério, continuou exercendo suas atividades de agrônomo, e prestando e prestando assistência a empresas particulares até 1931.
Nesse período, retorna para Amaraji para foi exercer suas atividades de agricultor no engenho Beija-Flor, recebido de herança da família. No dia 15 de agosto 1936 iniciou sua vida política, quando foi nomeado prefeito de Amaraji pelo então interventor federal no estado de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, natural de Amaraji. Ficou à frente da prefeitura até 27 de julho de 1937, quando João Florentino de Melo assumiu a prefeitura como prefeito eleito. Foi nomeado novamente para o cargo de prefeito em 16 de maio de 1938 pelo interventor federal Agamenon Sérgio do Godoy Magalhães. Governou o município durante todo o período do “Estado Novo” instituído pelo presidente Getúlio Dornelas Vargas, até 22 de novembro de 1945. No dia 21 de fevereiro de 1946, através do ato nº 513, foi designado pelo interventor federal no estado, José Domingues da Silva, para dirigir o Departamento de Assistência às Cooperativas – DAC, órgão ligado à Secretaria de Indústria e Comércio do estado. Permaneceu naquele órgão durante as gestões dos interventores estaduais Demerval Peixoto e Amaro Gomes Pedrosa. Após esse período regressou ao engenho Beija-Flor para dar continuidade às atividades agrícolas e prestar maior assistência à sua propriedade. Em 1959, retornou mais uma vez à política. Candidatou-se e venceu a campanha para prefeito de Amaraji, governando o município durante quatro anos.
Nos três períodos em que esteve à frente do executivo municipal, manteve sempre como prioridade, a educação e a saúde pública. Num de seus mandatos foi implantado, no município, o primeiro serviço médico e dentário, incluindo um posto de saúde na cidade. Posteriormente foi fundada uma casa de partos, na qual as mulheres que davam à luz permaneciam em repouso, recebendo a assistência médica necessária e o recém-nascido era presenteado com um enxoval e uma certidão de nascimento. Foi criado também o serviço dentário escolar, com profissionais altamente capacitados, que possibilitavam às crianças um tratamento dentário bastante eficiente.
Foi casado com Frederica Faneca de Araújo com quem teve quatro filhos: Mirca, Déa, Célia e Plínio Filho. Este enlace durou vários anos, não se sabem exatamente quantos. Ao término este casamento, ocorreu uma união com Joana Ferreira de Araújo, relação esta que deu origem a mais quatro filhos: Marcos, Jânio, Maria do Socorro e Célia. Posteriormente, o casal adotou uma menina, filha de um sobrinho de Joana Ferreira, chamada Évelyn Gleice. Plínio Araújo viveu até o fim de seus dias ao lado de Joana Ferreira.
No dia 2 de abril de 1985, com 91 anos de idade, Plínio Alves de Araújo veio a falecer em decorrência de problemas cardíacos.
Amaraji prestou várias homenagens a um de seus filhos mais ilustres. A Câmara Municipal passou a chamar-se Casa Plínio Alves de Araújo. Na Rua 15 de Novembro foi inaugurado um Centro Social com o seu nome e, no assentamento do engenho Riachão do Norte, o mesmo nome foi dado à escola municipal da comunidade.