quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Padre Teodoro Rietveld S.C.J. - Vigário de Amaraji de 1942 a 1948

PADRE DIRK RIETVELD S.C.J.
(Padre Teodoro)

Nasceu em Nieuwer-Amstel, na Holanda, no dia 28 de fevereiro de 1909. Dirk era o mais velho de dez filhos. Tinha 11 anos de idade, quando sua mãe morreu. Embora seu pai quisesse que ele se acostumasse ao trabalho na fazenda, deixou que fosse para o seminário da Congregação do Sagrado Coração de Jesus de Bergen op Zoom para seguir o seu ideal que era tornar-se padre. Dirk fez os votos no dia 8 de setembro de 1932 em Asten e foi ordenado sacerdote em Nijmegen em 18 de julho de 1937.

Numa visita do superior geral, Padre Goovaart, a Nijmegen, foi designado para as missões no Brasil. Esta nomeação o deixou muito feliz. No dia 1º de outubro Dirk chegou a Pernambuco. No Brasil, ele adotou o nome de Teodoro e passou por várias cidades.
Em Água Preta, trabalhou com o Padre Francisco Gerrits, pessoa que ele admirava muito. Foi vigário também pelas seguintes paróquias: Igarassu, Amaraji, Colônia Leopoldina, São José da Lage, Porto Calvo, Maceió e Bonito.
Chegou a Amaraji no dia onze de dezembro de 1942 e ficou na paróquia até o dia seis de junho de 1948.
Padre Teodoro cultivava um estilo de vida simples e humilde, era extremamente piedoso e estava sempre pronto para atender os fieis.
Estava sempre preparado para atender as determinações dos superiores, quando era designado para alguma paróquia não importava quão distante fosse.
Depois de anos 4O de pastoral no Brasil, por motivos de saúde, em dezembro de 1977 voltou para a Holanda. Ficou no Mosteiro de São Nicolau em Amsterdam, onde vivia perto de sua família. A saudade do Brasil e o chamado dos antigos paroquianos, o trouxeram de volta ao Brasil em fevereiro de 1978.
Entretanto, em junho de 1980, ele retornou à Holanda e passou a viver em no Mosteiro de padres aposentados em Asten. Ali ele praticava o ciclismo e gostava de admirar as belas paisagens de Asten.
Fez parte de um grupo de oração carismática, grupo este que fazia bordados e pinturas de ícones. Com o pensamento no dia de seu próprio funeral, providenciou um manto com os símbolos do Coração de Jesus, da Virgem Maria, da Ressurreição e da Santíssima Trindade.
Durante a sua estada de 31 anos em Asten, ele comemorou muitos aniversários e marcos (por exemplo, de 100 anos, ele tinha quase 79 anos de profissão e 74 anos de um padre). Como destaque para ele foi a celebração dos 60 anos de sacerdócio. De modo especial, a celebração com a família em Ouderkerk.
Ele mantinha uma relação de afetividade com a família através de cartas, bilhetes e participação nos encontros familiares. Era considerado o "pai da família". Seus irmãos Bert e Cock Dirk vinham visitá-lo regularmente. Também os primos, quando estavam em Asten, sempre o visitavam.
Nestas ocasiões, ele os levava para a capela, onde cantavam hinos piedosos. Uma vez, fizeram juntos, uma visita ao santuário de Nossa Senhora de Ommel.
Padre Teodoro Nicolau Rietveld foi o membro da congregação que viveu mais tempo, 102 anos e o que teve mais tempo de sacerdócio, 74 anos de ordenação. Chegou um momento de sua vida que ele ansiava pelo reencontro de entes queridos.
Ele foi sempre uma pessoa muito cheia de gratidão para com todos no mosteiro. Agradecia sempre a boa acolhida de todos e o bom atendimento, chegando, muitas vezes, a pedir perdão por seus erros e defeitos.
Uma hora antes de sua morte, ele acenou com uma das mãos para expressar o seu último agradecimento: obrigado a todos. Ele faleceu no dia seis de setembro de 2011.
No sábado, 10 de setembro, foi celebrada uma missa solene de adeus e despedida para Dirk.
    Padre Teodoro, está sepultado no cemitério do mosteiro de Asten. Comunidade Mosteiro H. Coração Rein van Langen SCJ. Na Holanda.

sábado, 24 de agosto de 2013

João Félix da Silva

João Félix dos Santos, proprietário dos engenhos Riachão do Sul, Refrigerante, Refresco, Serra Nova, Seerra Redonda e Belmonte, todos na freguesia de Escada. Ele era o pai de Grata Mafalda dos Santos que foi casada com o escritor e jornalista Tobias Barreto.









Vigário Francisco Raimundo da Cunha Pedrosa

Padre Francisco Raimundo da Cunha Pedrosa, o Vigário Pedrosa, pároco da freguesia de Nossa Senhora da Escada, foi também vigário da Vila São José da Boa Esperança, depois Amaraji,e das capelas dos distritos, até a designação do Padre Jerônimo Higino Rodrigues da Assunção pelo bispo Dom Luiz Raimundo da Silva Brito.









Resultados da Primeira Eleição Realizada em Amaraji no dia 30 de Setembro de 1891







Cadeia Pública de Amaraji em 1895

Cadeia pública de Amaraji em 1895. Na época da emancipação política em 1890, a vila não possuía uma cadeia e os presos ficavam acorrentados a um tronco existente num quarto da vila. Isso deixava os moradores bastante constrangidos. Na solenidade da emancipação, dois cidadãos que preferiram ficar no anonimato, cederam uma casa para ser usada como cadeia até a construção de uma nova. Dezenas de moradores carregaram o vergonhoso "tronco" e ele foi queimado na praça.








Primeira igreja matriz de São José da Boa esperança. A construção foi iniciada nas missões realizadas por Frei Venâncio Maria de Ferrara em janeiro de 1879. Foi inaugurada e sagrada no dia 24 de dezembro de 1883 por Frei João de Gangi. Foi reformada na década de 1930 e inaugurada em 25 de janeiro de 1937.
















Comendador José Pereira de Araújo

O comendador José Pereira de Araújo foi o mais importante dos fundadores de Amaraji. Era Proprietário dos engenhos Garra, Bamburral e Paraíso. Foi conselheiro municipal na primeira eleição do município e senador do senado estadual de Pernambuco, onde exerceu a presidência em três legislaturas.














Antônio dos Santos Pontual, Barão de Frexeiras

Antônio dos Santos Pontual, barão de Frexeiras, presidiu a solenidade de instalação do município de Amaraji no dia 11 de outubro de 1890. Ele era irmão de Francisco da Rocha Pontual, o primeiro prefeito de Amaraji.







Manoel Alves da Silva, Pai do Barão de Amaraji








Ana Gonçalves de Lima Pontual

Ana Gonçalves de Lima Pontual, casada com Francisco da Rocha Pontual, primeiro prefeito aleito de Amaraji.









Francisco da Rocha Pontual, Primeiro Prefeito Eleito de Amaraji

Francisco da Rocha Pontual era irmão de Davino dos Santos Pontual e dos barões de Frexeiras e Petrolina. Foi proprietário dos engenhos Guloso, Animoso e outros. Casou-se com Ana Gonçalves de Lima Pontual e foi o primeiro prefeito eleito de Amaraji.










Dr. Antônio Epaminondas de Barros Correia, barão de Contendas

Dr. Antônio Epaminondas de Barros Correia, advogado, político, presidente da província de Pernambuco e proprietário do engenho Contendas. Foi casado com Maria José Araújo de Barros Correia, filha do barão e da baronesa de Amaraji.







Maria José Araújo de Barros Correia, baronesa de Contendas

Maria José Araújo de Barros Correia, filha do barão e da baronesa de Amaraji. Foi casada com Antônio Epaminondas de Barros Correia, o barão de Contendas.






Dr. José Domingues da Silva

Dr. José Domingues da Silva, advogado, deputado provincial, foi casado com Davina Araújo Domingues da Silva, filha do barão e da baronesa de Amaraji. Era proprietário do engenho Raiz de Fora.







Davina Araújo Domingues da Silva

Davina Araújo Domingues da Silva, segunda filha do barão e da baronesa de Amaraji. Foi casada com Dr. José Domingues da Silva, deputado provincial e agricultor, Eles foram os fundadores do engenho Raiz de Fora. Foram também pais de dois prefeitos de Amaraji: Dr. Mário Domingues da Silva e Edgar Domingues da Silva.









Antônia Alves de Araújo, Baronesa de Amaraji

Antônia Alves de Araújo era filha de José Pereira de Araújo (o pai) e Maria Francisca de Araújo. Era também irmã do comendador José Pereira de Araújo. Foi casada com Antônio Alves da Silva, o barão de Amaraji, tornando-se baronesa do mesmo título.









Antônio Alves da Silva, Barão de Amaraji

Antônio Alves da Silva, nascido em 29 de maio de 1807, era filho do português Manoel Alves da Silva. Em 29 de dezembro de 1867, foi agraciado com o título de barão de Amaraji pelo imperador Pedro II pelos serviços prestados ao império.









sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A Casa Grande do Engenho Amaraji d´Água.

Casa grande do engenho Amaraji d´Água construída pelo Dr. Antônio Alves de Araújo, filho de Antônio Alves da Silva e Antônia Alves de Araújo, barão e baronesa de Amaraji, na segunda metade do século XIX.










A Capela do Engenho Amaraji d´Água

Criamos no facebook uma página sobre a Pátria Amada de Amaraji com objetivo de postar fotografias de todos os tempos e informações resumidas sobre sua história, sobre a paróquia e os eventos sociais da cidade desde os tempos de sua fundação. A capela do engenho Amaraji d´Água parece-me ser o prédio mais antigo do município, pois já existia em 1837, tendo passado por várias reformas. 

A página chama-se AMARAJI EM RETRATOS E RETALHOS.














quarta-feira, 5 de junho de 2013

Antônio Epaminondas de Barros Correia - O Barão de Contendas

Antônio Epaminondas de Barros Correia nasceu no distrito de Altinho, na época pertencente a Caruaru, no dia três de junho de 1839. Era filho do capitão Francisco Joaquim de Barros Correia.
Bacharelou-se em direito pela Faculdade de Recife em 35 de novembro de 1864. Depois de formado, ocupou os cargos de promotor público de Caruaru e juiz municipal de Brejo da Madre de Deus. Deixou o cargo de juiz, para dedicar-se a advocacia na comarca de Caruaru.
Entrou na política e ingressou no partido liberam. Foi eleito, em diversas legislaturas, deputado provincial. Foi vice-presidente da antiga província de Pernambuco e assumiu o cargo de presidente por três vezes. Ao final de sua terceira administração, o governo do império o fez comendador da Ordem da Rosa. Mais tarde, em 1889, sendo presidente do conselho de ministros, o visconde de Ouro Preto, agraciou-o com o baronato, cujo título, tirado já no regime atual, foi-lhe oferecido pelo Dr. José Mariano.
Na qualidade de vice-governador, ainda administrou Pernambuco durante 23 dias, de 27 de novembro à sangrenta noite de 18 de dezembro de 1891.
Também ocupou a presidência da Sociedade Protetora da Agricultura e, posteriormente, fez parte de seu conselho.
Em 1890, quando a vila São José da Boa Esperança emancipou-se de Escada e passou a se chamar Amaragy, ele fez parte da intendência do novo município.
Vão rareando em Pernambuco homens como o barão de Contendas, se impunha à estima e ao respeito de todos pela inteira correção de seu procedimento, tanto nas relações da vida particular, quanto nas da vida pública e política.
Sob o primeiro dos aludidos aspectos, o inesquecível extinto podia ser considerado verdadeiro modelo de chefe de família, patrono e guia não somente da esposa e filhos, mas de todos os seus numerosos parentes, que sempre o ouviam e sempre o acatavam. Na qualidade de político, ninguém desconhece em Pernambuco sua incontestável benemerência, seu devotamento aos correligionários e sua intransigência ante os adversários – uma e outra sem ruídos e sem estardalhaço, sereno e cortês, ele, livre de rancores, de vaidades e de ambições.
Seria difícil excedê-lo na fidalguia do trato, fidalguia sem a frieza dos orgulhosos, doa que acolhem medindo e acentuando distâncias e o seu lar abria-se, em Contendas, aos amigos, hospitaleiro e precioso, no conforto invariável da cativante gentileza do distinto titular, de sua esposa e filhos – gentileza sempre grande e sempre a mesma.
Dr. Antônio Epaminondas de Barros Correia casou-se com dona Maria José Alves de Araújo, filha de Antônio Alves da Silva e Antônia Alves de Araújo, os barões de Amaraji no ano de 1872. Dessa união, tiveram 13 filhos, dos quais são vivos os 12 seguintes:
Dr. Antônio Epaminondas de Barroa Correia, advogado e deputado estadual no Espírito Santo; Dr. Eutíquio de Barros Correia, agricultor; Dr. Cícero de Barros Correia, médico, residente em Manaus; Dr. Joaquim de Barros Correia, formado recentemente em direito, nomeado promotor de Alagoa do Monteiro na Paraíba; dona Maria Gentil Correia dos Santos Dias, esposa do major Pedro dos Santos Dias; dona Generosa de Barros Correia Pontual, esposa do major José Hermínio Pontual Filho; os Srs. Constâncio e Melânio de Barros Correia, acadêmicos de direito e os menores Angelina, Naíde, Erasmo e Sólon.
O barão adoeceu no dia 16 de abril de 1905 e veio a falecer no dia 20 do mesmo mês, em sua residência no engenho Contendas, localizado à margem da estrada de ferro de São Francisco no município de Amaraji.
O governador do estado autorizou a viagem de um trem especial de Recife até a estação de Frexeiras, para levar os amigos e outras pessoas que quisessem participar das últimas homenagens ao ilustre político. O trem saiu da estação de Cinco Pontas às treze e quarenta e cinco e chegou em Frexeiras às quinze e trinta. De lá os passageiros seguiram de carro até o engenho Contendas.
A casa grande do engenho Contendas, de dois pavimentos, e tendo no superior largo terraço coberto e avarandado, estava repleta de parentes, amigos e admiradores do saudoso morto.
Era cerca de quatro e trinta quando o caixão foi conduzido à mão até o engenho Visgueiro, acompanhado por um cortejo numeroso de pessoas de carro, mais de cem a cavalo e dezenas a pé. De Visgueiro, o caixão e os que o acompanhavam seguiram num comboio de ferro da usina Bamburral até em frente à linda capela do engenho Amaraji, situada numa aba da montanha.
Recebido por diversos cavaleiros, que desceram até a linha férrea trazendo círios, e encomendado pelo reverendo padre Jerônimo de Assunção, vigário de Amaraji, na igrejinha toda branca e bem cuidada, a qual, em outra situação seria alegre e sorridente. O corpo do barão de Contendas foi sepultado no pequeno cemitério ao lado esquerdo da mesma, onde jazem os restos mortais do barão e da baronesa de Amaraji, além de vários outros familiares.
Diante do túmulo, pronunciou sentidas e eloquentes palavras, o Dr. João de Macedo França.
Transcrito do jornal “A Província” de 23 de abril de 1905.

domingo, 28 de abril de 2013

Vila Demarcação - 149 Anos de Existência

A existência de povoado de São José da Extrema, hoje vila Demarcação, é anterior à fundação de Amaraji, considerando a data de 1868, quando foi iniciada uma feira livre em terras do engenho Garra.
O Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Província de Pernambuco de 1864 mostra o povoado de São José da extrema como o 3º distrito da freguesia de Nossa Senhora da Escada. Na página 37 do Almanak, aparece a seguinte informação:
TERMO DE ESCADA NO ANO DE 1864
Dista da capital 12 léguas
 
Delegado – Dr. Sérgio Diniz de Moura Matos
Suplentes:
1 - Antônio Feijó de Melo
2 - José Pereira de Araújo
3 - Manoel Antônio Dias
4 - Antônio dos Santos Pontual
5 - Roque Ferreira da Costa
6 - Tomás Joaquim de Oliveira
 
Freguesia da Escada – 1º Distrito
 
Subdelegado – José Sancho Bezerra Cavalcanti
Suplentes:
1 - Manuel da rocha Lins
2 - Marcionilo da Silveira Lins
3 - Joaquim Cavalcanti Ribeiro de Lacerda
4 - Manuel Rodrigues da Silva Câmara
5 - Ildefonso Manuel dos Santos Guedes
6 - Tomás Rodrigues Pereira
 
 
2º Distrito – Aripibu
 
Subdelegado – Antônio dos Santos Pontual
Suplentes:
1 - Belmino Veloso da Silveira Lins
2 - José Dias da Silva
3 - Ageu Eduardo Veloso Freire
4 - José Leão Pereira de Melo
5 - Calixto Teixeira de Carvalho
6 - Antônio Gomes de Barros e Silva
 
3º distrito – São José da Extrema
 
Subdelegado – Cincinato Veloso da Silveira
Suplentes:
1 - Antônio Gomes de Barros e Silva
2 - Filipe Paes de Oliveira
3 - José Cavalcanti Verçosa
4 - Vago
5 - Vago
 
O jornal O Liberal, em sua edição do dia 15 de fevereiro de 1874, publica uma portaria do presidente da província, datada de 12 do mesmo mês, com o seguinte teor:
Administração da Província – Por portaria da presidência de 12 do corrente, foi dividido o termo de Gameleira, da comarca de Escada, em três distritos especiais, em cada um dos quais, terá preferência no exercício o respectivo suplente do juiz municipal:
O 1º distrito compreenderá a vila e todos os termos do extinto engenho Gameleira, inclusive as propriedades Pontable e Viração, e os engenhos Bom Sucesso, Anhumas, São João, Antas, Cachoeira Grande, Aurora, Brejo, Assunção, Cocula, Ribeirão, Santo Antônio, Dois Braços, Lobo, Castor, Poças, São Boaventura, Santa Luzia, Monte Alegre, Amaraji d´Água, São Mateus e Curuzu.
O 2º distrito compreenderá o povoado de São José da Extrema, e os engenhos Lopes, Bujari, Rainha dos Anjos, Minas Novas, Oriental, Barra Nova, Cachoeira, Caxangá, Bom Despacho, Bom Destinos e todas as propriedades que ficarem entre os referidos engenhos.
O 3º distrito compreenderá as propriedades Duas Barros e Capoeiras, e os engenhos Cachoeira Lisa, Pacas, Alegre, Flor do Dia, Caxias, Progresso, Segredo, Ditoso, Serrinha, Águas Claras, Bom Nome, Concórdia, São Gregório e Amaraji de Animais.
Com esta divisão do termo de Gameleira da comarca de Escada, o povoado de São José da Extrema passa a pertencer à Gameleira.
O jornal O Liberal publicado em Recife, numa edição de novembro de 1868, cita o Sr. Antônio Venâncio como subdelegado de São José da Extrema.
O jornal O Liberal publica uma matéria de três de julho de 1870, sobre uma conversação de Quincas Buarque e seu amigo Janjão Soares a respeito de fatos acontecidos em São José da Extrema.
O jornal A Província de 22 de janeiro de 1877 cita os senhores Sérgio Diniz de Moura Matos Filho e Miguel Joaquim de Barros Wanderley como subdelegado e primeiro suplente do distrito de São José da Extrema.
O jornal A Província de 16 de setembro de 1891 comenta sobre uma petição dos moradores do distrito de São José da Extrema pedindo em favor de um professor particular daquela localidade.
O jornal A Província de 18 de março de 1920 anuncia a festa de São José, padroeiro do distrito de São José da Extrema da seguinte forma:
Festa de São José – Realiza-se amanhã, no povoado de Demarcação, 3º distrito da comarca de Gameleira, a festa em homenagem a seu padroeiro São José. É juíza da festa a Exma. Sra. Laurinda Mamede da Silva, residente no engenho Paraíso. Acham-se à frente dos preparativos desta festa, os senhores capitães Francisco Ivo, delegado policial e Francisco C. de Moraes, comerciante na localidade.
Dois assentos de óbitos localizados em livros da paróquia da Soledade de Gameleira. Um batizado realizado em 1869 na capela de São José da Extrema, um sepultamento realizado no cemitério do povoado em 1872 e um outro sepultamento em 1874.
“No dia dois de fevereiro de 1869, na matriz de São José da Extrema, de minha bênção, batizou-se solenemente o párvulo, José, pardo, com sete meses de idade, filho legítimo de Manuel Antônio das Neves e Benvinda Maria da Conceição. Foram padrinhos Jasmelino Paes Barreto e Dona Maria do Nascimento, todos desta freguesia. E para constar fiz este assento que vai assinado por mim. Gameleira, 10 de maio de 1869. Vigário Augusto Franklin Moreira da Silva.”
“Aos dezoito de fevereiro de 1872, no cemitério de São José da Extrema, sepultou-se o cadáver de Landelino de Tal, com seis anos, falecido de constipação, foi de hábito branco. Vigário Antônio Graciano de Araújo Guarita.”
 “Aos vinte e quatro de abril de mil oitocentos e setenta e quatro, faleceu de espasmo, José, pardo, com um ano de idade, filho legítimo de Júlia Gaspar, escrava de Lourenço Bezerra. Foi sepultado no cemitério de São José da Extrema, do que para constar fiz este termo que eu assino. Vigário João Augusto do Nascimento Pereira.”
Em 1938, quando o governo do Estado alterou os limites do município de Amaraji, a usina Aripibu passou a pertencer a Ribeirão e os engenhos e propriedades no entorno da referida usina foram divididos entre Amaraji e Ribeirão. A partir daquele momento, o povoado de São José da Extrema ou Demarcação começou a integrar a área territorial de Amaraji.
Até então, o povoado de São José da Extrema era uma vila próspera e desenvolvida. Havia lá um agente arrecadador da Secretaria da Fazenda, um subdelegado de polícia, um bom comércio, além dos engenhos que produziam açúcar e cachaça. A mandioca e a banana eram amplamente cultivadas.
O vigário de Gameleira prestava assistência à capela celebrando missas e oficiando batizados e casamentos.
Acredito que, por conta do acesso difícil entre Amaraji e Demarcação, ou mesmo por falta de interesse e vontade política, os políticos e prefeitos do município daquela época e de muitas gestões subsequentes, deixaram a vila ao descaso. Muitas famílias migraram do povoado para outras localidades.
Somente, início da década de 1970, na gestão do prefeito José Gomes da Silva “Zé da Banca”, a situação da vila começou a melhorar. Com a instalação da energia elétrica, outras benfeitorias começaram a chegar ao povoado.
Resumindo, a vila Demarcação, antiga São José da Extrema, é bem mais antiga do que a cidade de Amaraji. Em 1864, quando Demarcação já era um dos distritos da freguesia de Escada, a vila São José da Boa Esperança não existia. Em 1869 já havia uma capela na vila e naturalmente um cemitério. De acordo com os livros da paróquia de Gameleira, dezenas de pessoas de da vila São José do Amaraji eram batizadas na capela de São José da Extrema.
 
Pela informação do Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Província de Pernambuco do ano de 1864, a vila Demarcação tem 149 anos de existência, podendo, ainda, sua existência ser anterior a esta data.
 

 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Personalidades de Amaraji - Erasmo José Alves


Nasceu no dia 20 de julho de 1909, na vila de Uruçu Mirim no município de Gravatá. Seus pais Victor José Alves e Maria José Alves, viviam modestamente no antigo lugarejo até fevereiro de 1916, quando se mudaram para Amaraji, com a determinação de instalarem na pequena cidade e abrirem um estabelecimento comercial.

Apesar de seus pais serem pessoas simples, sem cultura acadêmica, Erasmo desde cedo demonstrou o seu interesse pelos estudos e foi um aluno brilhante, sempre elogiado pelos mestres. Cursou o primário em Amaraji, nas escolas públicas regidas pelos professores: José da Hora Beda, João Hermínio Borges, Mariana Gouveia e João Vital, respectivamente. Fez até o primeiro ano ginasial no Ginásio Osvaldo Cruz no Recife. Voltando para Amaraji passou toda a adolescência e juventude trabalhando com o pai no seu estabelecimento comercial.

Adolescente ainda já fazia versos, sob a influência romântica dos poetas da época: Olavo Bilac, Castro Alves, Guerra Junqueira e outros. Machado de Assis, o grande romancista brasileiro, era o seu predileto. Dele conhecia todas as obras. O estilo romântico, elegante, inconfundível de Machado, tão cedo o encantou, o jovem Erasmo passaria à prosa concomitantemente com as poesias, com grandes traços da escola Machadiana. Aos quinze anos iniciou um “álbum de poesias”, recortes de revistas e jornais da época. Verdadeiras joias literárias constam dessa coletânea, lembrada no seu soneto “Meu Velho Album”. O dicionário era seu companheiro constante. Consultava-o frequentemente, pois estava sempre ávido por conhecer novas palavras, esclarecer dúvidas, aperfeiçoar seu estilo.

No dia 18 de setembro de 1929, num oratório privado da cidade, com 20 anos de idade casou-se com Levina Tavares de Vasconcelos de 21 anos, jovem de origem pobre, vinda da cidade de Bonito em Pernambuco. O casamento religioso foi realizado pelo padre Paulo Hermógenes do Rego Monteiro e suas testemunhas foram os senhores Odilon de Albuquerque Melo e Júlio Leocádio da Silva. O casal teve seis filhos: Amarinha, Terezinha, Helga, Garibaldi, Eleuses e Dirceu.

Ao longo dos anos, Erasmo exerceu várias e destacadas funções públicas em Amaraji, entre as quais a de escrevente interino do cartório de notas; primeiro substituto do preparador de juiz de direito; vereador da Câmara Municipal, da qual foi presidente; advogado dos presos pobres da comarca; secretário da prefeitura na administração do prefeito Sebastião Gomes de Andrade. Representou o município de Amaraji no Congresso das Municipalidades, realizado em Recife, no governo de Barbosa Lima Sobrinho.

Juntamente com alguns amigos intelectuais da época, fundou o jornal “A Voz de Amaraji”, de importante expressão sociocultural e que circulou durante três anos em edição mensal.

Foi correspondente do Jornal do Comércio em Amaraji, de 1945 a 1954. É autor do hino do Colégio São José da Boa Esperança. Em 1955 transferiu-se para Paudalho onde exerceu o cargo de secretário da prefeitura daquela cidade por três gestões, diretor de expediente e oficial administrativo, cargo que exercia quando se aposentou em 1979.

Em 1976 converteu-se à religião evangélica Batista e, a partir daí, dedicou-se ao estudo do Evangelho, dando exemplos de fé, humildade e solidariedade em sua igreja e sua comunidade. Em Amaraji continuou suas atividades literárias, escrevendo crônicas, poesias e suas “Memórias”, obra esta inédita. Em 1989 publicou o seu primeiro livro “Politicagem de Aldeia”, como ele próprio frisou: “O único legado que deixo para a família”. Em 1995 é acometido por uma enfermidade no pâncreas e seu estado geral se debilita, vindo a falecer no Hospital dos Servidores do Estado em Recife, no dia 30 de agosto do mesmo ano.                                                 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pe. Francisco Raimundo da Cunha Pedrosa - Primeiro Vigário de Amaraji


Padre Francisco Raimundo da Cunha Pedrosa nasceu no dia 19 de junho de 1847, no Sítio Pau Amarelo do Engenho Prado, freguesia de Tracunhaém, município de Nazaré da Mata, Pernambuco. Era filho do Capitão Raimundo da Cunha Pedrosa e de D. Maria José dos Prazeres Cunha Pedrosa.

Em 1864, aos 17 anos de idade, partiu para o Seminário de Olinda. Ordenando-se no dia 03 de novembro de 1870.

Seus biógrafos dizem que ele chegou à paróquia de Escada no dia primeiro de janeiro de 1888. Entretanto, seu nome já consta nos livros de assentos de batismos e casamentos daquela freguesia, desde 1862. É provável que ele tenha sido um dos coadjutores do Cônego Simão de Azevedo Campos, vigário daquela freguesia, e, depois, o tenha substituído.

Ao assumir a paróquia, no discurso de posse feito ao povo escadense, ele solicitou a construção de um cemitério em um lugar mais apropriado, por achar que a continuação de sepultamentos ao lado da Igreja Matriz era contrária aos preceitos da higiene e salubridade pública. O seu pedido foi atendido após dezesseis anos. Encerrou suas palavras declarando as seguintes palavras: “Nunca militei, nem milito em nenhum dos partidos políticos deste país, não me envolvo direta nem indiretamente nas lutas partidárias; não voto finalmente. Tal tem sido sempre a minha conduta e espero em Deus e na Santíssima Virgem, nossa augusta Padroeira, assim levar o resto de minha vida paroquial. A minha política é o Evangelho, a minha luta é a luta da cruz”.

Foi considerado, na época, um pioneiro em viagens marítimas dentro e fora do Brasil. Publicando obras importantes sobre estas viagens. Sendo elas Notas de Viagens (1900) e Terra Santa. Além de outras obras como: A Santíssima Eucaristia (compilação de 1906), Jesus Cristo (1918), Escada (1924), Cartas e Cartões (coletânea de 35 cartas). E uma autobiografia, escrita por ele, contendo quarenta e oito páginas e datada de 1923.

Em 1922, interferiu-se, o Padre Pedrosa, não partidariamente, na política pernambucana, escrevendo uma carta ao presidente do Brasil, Epitácio Pessoa solicitando a permanência da Força Federal nos quartéis. Impedindo, dessa forma as injustiças, crimes e perseguições políticas que estavam acontecendo em Pernambuco, durante as eleições para governador, com a intervenção da mesma.

O seu pedido foi atendido imediatamente. Foi enviado um novo comandante à frente da Força Federal com ordem terminante para contê-la nos quartéis, fazendo, assim, reinar a paz.

A carta enviada ao Presidente Epitácio Pessoa pelo Vigário Pedrosa, redigida em Escada, é considerada, em Pernambuco, como um importante documento histórico.

Em dezembro de 1934, aos 84 anos de idade, recebeu na Casa Paroquial de Escada, a visita do General Manuel Rabelo, ex-interventor de São Paulo e Comandante da 7ªº Região Militar que veio conhecê-lo pessoalmente. Após ter recebido uma carta na qual o Padre Pedrosa, prestava solidariedade ao General pelas críticas e maus julgamentos feitos pelos pernambucanos sobre o ele. Tornando-se grandes amigos, e, uma semana depois, o Vigário Pedrosa visitou o General em sua residência.

O quarto distrito de Paz da freguesia da Escada, onde surgiu o povoado de Cambão Torto, posteriormente, chamado de Vila São José da Boa Esperança, sempre esteve aos cuidados do Vigário Pedrosa e de seus coadjutores desde 1868, ano em que se iniciou a feira livre na localidade, até 1904, quando o bispo Dom Luiz Raimundo da Silva Brito criou a freguesia de Amaraji, designando o padre Raimundo Higino Rodrigues de Assunção, seu primeiro vigário.

Na Vila São José da Boa Esperança, o Vigário Pedrosa foi coadjuvado por vários padres que oficiavam atos religiosos como: missas, batizados e casamentos, quer na capela de São José da vila, quer nas capelas e oratórios particulares dos engenhos.

Na época havia capelas nos engenhos Amaraji, Visgueiro, Cabeça de Negro, Aripibu, povoado de São José da Extrema (Demarcação) e oratórios particulares e quase todos os engenhos.

Os padres coadjutores do Vigário Pedrosa foram:

Pe. João Batista Araújo, nos engenhos Amaraji e Contendas;

Pe. Domingues José Martins Pereira, no engenho Amaraji em 1870;

Pe. Vicente de Faria Gurjão, nos engenhos Contendas e Cabeça de Negro de 1872 a 1895;

Pe. Manuel Barroso Pereira, na capela da vila e no engenho Raiz Nova de 1872 a 1878;

Pe. Antônio do Monte e Silva, na capela da vila em 1873;

Pe. José Francisco da Silva Borges, na capela da vila em 1878;

Frei Venâncio Maria de Ferrara, missionário capuchinho que iniciou a construção da igreja em 1879;

Pe. Tomás Coelho Estima, no engenho Aripibu em 1880;

Frei João de Gangi, que em 12 de dezembro de 1883 abençoou a nova matriz;

Pe. Herculano Marques da Silva, na capela da vila de 1878 a 1883;

Pe. Dr. Estanislau Pereira de Carvalho, na capela de São José da Extrema (Demarcação) em 1882;

Pe. Manuel Carlos de Brito, engenho Rinoceronte em 1883.

Cônego Manuel José Martins Alves de Carvalho, no engenho Aripibu em 1884;

Pe. Vitorino de Souza Mendes de Carvalho, na capela da vila de 1884 a 1895.

Em todo esse período, quando não havia nenhum coadjutor, o Vigário Pedrosa prestava assistência religiosa à vila e aos engenhos do distrito.

Em 1904, quando o bispo Dom Luiz de Brito criou a freguesia de Amaraji e nomeou o primeiro pároco, o Vigário Pedrosa estava doente e, além de não ter sido comunicado do fato, não pode despedir-se de seus paroquianos. Daí haver escrito, através do jornal “A Província” uma carta de explicação e despedida para a comunidade católica de Amaraji. Eis o teor da carta:

Privado inesperadamente por uma portaria do Exmo. Bispo diocesano, da administração paroquial do Amaraji (hoje elevada à freguesia) e não tendo, portanto, mais ocasião de fazer minhas despedidas daquele povo bom, celebrando ali a minha última missa, faço-o pela presente.

Achava-me bastante doente quando recebi do padre Jerônimo um cartão a lápis dizendo-me que fora nomeado vigário da nova freguesia e que seguia para tomar posse.

Foi uma verdadeira surpresa para mim tal notícia. Só três dias depois foi que recebi comunicação oficial nesse sentido.

Constando-me, é verdade, que S. Exa. pretendia castigar-me por “uma certa altivez” que encontra em mim, dividindo-me a freguesia; mas eu, apesar de não acreditar em semelhante história, aguardava, todavia, os acontecimentos.

Eis que sou afinal surpreendido com a divisão de minha freguesia sem que fosse previamente ouvido, nem tampouco os meus colegas vizinhos, prescindindo in limine todas as solenidades do direito.

Há quatro anos passados eu mesmo propus ao antecessor de S. Exa. a criação da  freguesia de Amaraji para nessa colocar como vigário meu ex-coadjutor padre Virtorino Mendes de Paiva, mas não fui atendido. Era, entretanto, uma divisão razoável que atendia aos interesses das duas partes – tanto da antiga como da nova freguesia.

Vê-se, pois, que eu não me opunha a isso, desde fossem ouvidos os meus colegas, conforme determina o direito, e que combinássemos com S. Exa. o que fosse justo.

Dito isso de passagem e sem mais comentário, prevaleço-me da imprensa para de todo o meu coração agradecer ao bom povo amarajiense o respeito e atenção que me dispensou malgrado nenhum mérito meu, sempre que ia lá celebrar e levar-lhes o socorro espiritual, e peço perdão se por ventura alguma falta cometi.

Agradeço de modo particular ao meu leal amigo, comendador José Pereira de Araújo e sua digna consorte a fidalga hospitalidade que bondosamente me dispensaram sempre em sua casa.

Não menos grato me confesso ao prestimoso Sr. Dr. Alves de Araújo, Dr. Macedo, Eduardo de Carvalho, Luiz Monteiro de Farias, José Luiz, Paulino Rodrigues dos Santos, Joaquim Coelho da Silveira, Feliciano e outros habitantes da vila que tanto me penhoraram a gratidão.

A todos finalmente o meu eterno agradecimento e um adeus de saudosa despedida.

Escada, 2-5-1904.

Vigário Pedrosa

O Vigário Pedrosa faleceu no dia 18 de novembro de 1936, sendo sepultado na Igreja Matriz da Escada. No local, onde colocaram o altar da Capela do Santíssimo.